quinta-feira, 31 de março de 2011

A História do Aquarísmo.

A História do Aquarísmo

A criação de peixes em lugares fechados ou artificiais é uma prática muito antiga. Os antigos Sumérios eram conhecidos por manter peixes em tanques antes de prepará-los para comer.

Os templos da Deusa fenícia Astartéia tinham piscinas especiais onde peixes sagrados nadavam, pois segundo àquela cultura, dois peixes empurravam um ovo mágico para a praia e dela nascera a deusa. Ela tinha um filho chamado Ichty’s, que tinha a forma de peixe, na Babilônia se tornou o Deus-Peixe Ea.
Foram encontradas descrições do peixe sagrado de Oxyrhynchus na arte do Antigo Egito.
Tudo começou há 4.000 anos... Eram os faraós aquaristas? Disso não temos certeza. Mas podemos afirmar que entre pirâmides, sarcófagos e múmias, que hoje fazem a delícia dos arqueólogos, há indícios de que os egípcios tenham sido os primeiros humanos a ter essa idéia simples e genial: colocar peixes em grandes tanques de vidro. Há um trecho do Livro dos Mortos do Antigo Egito que diz: “... não pesquei os peixes sagrados dos seus tanques...”
Estudiosos da astronomia e da matemática, decerto descobriram no aquarismo uma possibilidade relaxar a mente para melhor se concentrarem em prever a época das inundações do Nilo, fazer projetos de pirâmides e outros assuntos mais práticos. Por isso mesmo, criar peixes ficou, para eles, apenas para o nível de ornamentação ou, quem sabe, na área da gastronomia. Afinal, um tanque cheio de peixes não deixa de ser um estoque de alimento!
Era uma vez, na Grécia Um filósofo, de nome Aristóteles, que se interessava por uma variedade enorme de assuntos. Escreveu sobre lógica, metafísica, retórica, política e ciências naturais. Passou anos e anos de sua vida estudando a estrutura, os hábitos e o crescimento de diversos animais. É claro que os peixes que, naquela época, circulavam pelo Mar Egeu não poderiam escapar à sua observação. Ele descreveu nada menos que 115 espécies diferentes! Grande pensador iniciava assim uma nova ciência, a ictiologia, palavra grega que significa estudo dos peixes.
Estórias de Marco Polo, o famoso viajante Italiano conta, nos relatos de suas viagens pelo Oriente, no século XIII, que os Chineses tinham o hábito de criar lindos peixes em tanques de vidro. Curiosos e possuidores de verdadeiro espírito científico, foram eles que, bem depois de Aristóteles, continuaram a estudar os peixes conseguindo realizar os primeiros cruzamentos seletivos, entre 970 e 1278. O que demonstra que o conceito de aquarismo, na China antiga, época da dinastia Sung, já era bem mais próximo do que temos hoje. Foi lá que se desenvolveu a criação do peixe dourado, ainda sem as enormes nadadeiras que hoje o caracterizam. Tudo isso Marco Polo escreveu em seu livro, para surpresa do mundo Ocidental.
O que ele não ficou sabendo é que o Carassius auratus teria seu processo de seleção aperfeiçoado, mais tarde, pelos Japoneses que levaram a fama, popularizando-o como peixe-japonês. "CHU SHA YU P'U" Você não vai precisar aprender chinês, mas, como bom aquarista, é importante saber que essas quatro palavrinhas são o título responsável por um grande avanço na aquariofilia. Tradução: "Livro dos peixes vermelhos", escrito pelo chinês CHANG CHI' EN-TÊ. Essa foi a primeira obra publicada sobre técnicas de criação de peixes ornamentais. Reafirmando o espírito científico já demonstrado por seus antepassados, esse pesquisador quis compartilhar com o mundo suas descobertas. Este livro pregava algumas das "regras" para cuidar e alimentar os peixes. Este senhor pode ser considerado o pioneiro da aquariofilia, ao escrever sobre a limpeza do aquário, ou como o aquecia no inverno para que os peixes resistissem às baixas temperaturas.
O que é taxonomia? É a ciência das leis de classificação científica. O que isso tem a ver com o peixe? Bem a taxomania ou sistemática, criada pelo naturalista sueco Linneu, permitiu que os peixes fossem classificados por gênero e espécie, facilitando seu estudo. O uso do latim nas classificações científicas visa a universalidade do nome. Em qualquer canto do mundo, independente da língua falada, você pode saber, por exemplo, que o substantivo genérico identifica o gênero, o adjetivo se refere à espécie e que o nome entre parênteses é o do classificador. Assim Hyphessobrycon rosaceus (Durbin) poderá ser compreendido, com a mesma facilidade, no Brasil ou na Alemanha. Graças à taxonomia, e a Linneu.


Foi o constante vai e vem dos portugueses, na época das grandes Navegações, que acabou difundindo na Europa Ocidental, por volta do século XVI, o hábito de criar peixes ornamentais em globos de vidro. O aquarismo continuou se aperfeiçoando, mas contava ainda com técnicas rudimentares. Lamparinas de querosene ou bicos de gás eram colocados sob os aquários, numa tentativa de aquecer os pobres peixinhos, na maioria acostumados a águas tropicais. Foi no início do século XIX que surgiram os aquários que hoje conhecemos. Existem registros de peixes criados, durante alguns anos, em frascos de vidro, fato este que hoje em dia é considerado um desrespeito pela natureza. Os norte-americanos colaboraram bastante, e ainda o fazem, no desenvolvimento desse hobby singular. William Thrton Innes é um nome que você não pode deixar de conhecer. Autor do Ëxotic Aquarium Fishes", um estudo da aquariologia relacionada a outras ciências, fundamental e interessantíssimo. E não foi só na área de publicações que os EUA contribuíram. Foi lá que apareceu a primeira Sociedade de Aquariofilia de Peixes tropicais, com o intuito de divulgar novas técnicas e pesquisas. "Know-how" americano à disposição dos interessados. Enquanto nos EUA as pesquisas avançam, na Europa surgiam os primeiros aquários públicos e as primeiras exposições de peixes, no Brasil essa atividade ainda era inédita. Mas o ponto decisivo deu-se em 1850, quando R. Harrington apresentou um relatório à Chemical Society de Londres, Inglaterra, descrevendo a forma como conseguia manter com êxito um aquário. O caso despertou grande interesse da população e da Comunidade Científica. Em 1852, no London Zoological Society, iniciou-se a construção do primeiro aquário público, o qual foi inaugurado no ano seguinte. Seguiu-se um segundo aquário no Zoological Gardens de Surrey, também na Inglaterra, logo depois os aquários surgiram por toda a Europa. Os aquários públicos de água doce, exibiam exemplares nunca vistos, estes eram apreciados por filas intermináveis de visitantes curiosos. Os primeiros aquariófilos tinham apenas peixes nativos. Nas cidades costeiras, tentava-se a criação de espécies marinhos. Entretanto, no interior todas as espécies de água doce era mantidas em cativeiro. Os livros sobre peixes escritos na época tratavam sobretudo de peixes marinhos de águas frias. Muitas das plantas aquáticas locais descritas nesses volumes são hoje raras. Isto é uma prova lamentável dos efeitos a longo prazo da poluição dos cursos de água. Ter um aquário em casa depressa se tornou moda em Inglaterra. Visto que não haviam tanques já prontos à venda, publicavam-se livros com instruções detalhadas sobre como construir um aquário. Essas estruturas eram, em geral, mais decorativas do que funcionais. Num dos modelos clássicos, a parede da frente era de vidro e as outras de madeira (um revestimento de alcatrão tornava-a estanque) ou ardósia. Havia à venda diversos recipientes e campânulas de vidro, mas os aquários era em geral alongados e feitos à mão, encaixados num nicho para poderem ser vistos facilmente.


Em pouco tempo, a aquariofilia transformou-se num desafio, não só à imaginação do público como também à dos entusiastas interessados em manter aquários cada vez mais ambiciosos. Em 1857, H. Noel Humphreys publicou “Jardins em Oceanos e Rios” – História dos Aquários de Água Doce e Salgada, onde afirmava: “Um dia teremos aquários tropicais, onde a temperatura e características dos mares dos trópicos serão reproduzidas com êxito”. Humphreys não só previu a invenção do termostato, que permitiu expandir gradualmente a gama de criaturas possíveis de se manter num aquário, mas foi também, um dos primeiros a reconhecer a importância da química na criação de peixes. Para alem destes pontos importantes reconheceu um princípio que ainda hoje é, muitas vezes, ignorado pelos aquariófilos – o fator crítico do nível de ocupação. Comentando o aquário de um amigo, declarou: “Embora o seu interessante tanque não parecesse demasiado povoado, ele veio a descobrir que ultrapassara o limite de ocupação e que as criaturas não conseguiam adaptar-se a viver numa área de dois centímetros quadrados para cada indivíduo”. Tal como Humphreys previa, o aquecimento, a iluminação e o sistema de filtragem foram gradualmente introduzidos, embora no início estes fossem muito rudimentares. Muitos dos primeiros tanques tinham o fundo em ardósia e eram aquecidos por baixo através de um pequeno queimador. Com o aparecimento de aquecedores e termostatos mais sofisticados, os aquários passaram a ser construídos com vidro e uma estrutura metálica.


À medida que os equipamentos se desenvolviam e aperfeiçoavam-se, os Aquaristas começaram a procurar variedades diferentes de peixes. As pessoas começaram a cansar-se das espécies nativas, pouco interessantes, as quais eram normalmente mais acessíveis. Um dos peixes raros não locais mencionado nos primeiros livros sobre aquários é o peixe-vermelho: uma publicação norte-americana de 1858 e uma obra inglesa datada de 1890 notam que, embora considerado uma espécie de água fria, o peixe-vermelho ocorre nos climas quentes e sobrevive a uma temperatura de 27 ºC. Isto já era praticado a partir do século XVI na China. O interesse pelos aquários reacendeu-se com a introdução dos coloridos peixes tropicais, como por exemplo, o “peixe-paraíso”, divulgado na Alemanha por volta de 1876 e de que há registro na Inglaterra em 1890. Desde então, a aquariofilia não parou de se desenvolver. Surgiram sociedades aquáticas, organizaram-se exposições e concursos. Esses eventos angariavam novos entusiastas e o passatempo foi florescendo, mesmo durante os anos rigorosos da Segunda Guerra Mundial.


Nessa altura, era impossível manter aquários de água salgada, visto que corroía as estruturas metálicas, produzindo toxinas fatais para as espécies marinhas. Para combater esse problema, as estruturas passaram a ser galvanizadas, dotadas de um revestimento especial ou feitas de aço inoxidável. A verdadeira revolução deu-se com o aparecimento da cola de silicone, nos anos sessenta. Permitiu que se construísse, pela primeira vez, aquários todos de vidro, numa variedade de tamanhos e formas. Os tanques podiam agora ser facilmente deslocados, sem correr o perigo de partir a massa que unia as placas de vidro. As estruturas tornaram-se obsoletas, embora muitas vezes se acrescentassem umas de plástico, por motivos decorativos.
No Brasil, só em 1922, na Exposição da Independência tivemos uma chance. Os japoneses exibiram seus belíssimos aquários, lembrando seus jardins típicos, com raros exemplares. Causaram impacto, despertando o interesse de muita gente. Começaram as primeiras criações particulares, ainda sem nenhum apoio. Só em 1934 um alemão radicado no Brasil fundou a primeira loja especializada em peixes ornamentais. Finalmente os brasileiros contaram com apoio para transformar o aquarismo em algo mais sólido. Desde então, o gosto pelos peixes tem se expandido de maneira espantosa e as possibilidades de criá-los também. Além dos pequenos exemplares de água doce você pode aventurar-se na criação de peixes maiores, inclusive de água salgada. Hoje, a infra-estrutura de apoio à atividade é enorme, as possibilidades infinitas... fico imaginando se daqui há mais 100 anos os Aquaristas do futuro não olharão para as fotos dos nossos aquários e equipamentos com a mesma curiosidade e espírito nostálgico com que lemos esse artigo .

Fontes: Livro: Vida no Aquário - Editora Três / Site português: www.aquariofilia.net / E demais pesquisas em artigos europeus.

sábado, 5 de março de 2011

Doenças de Água Salgada.

Doenças de Água Salgada

Contributo de Thomas Sasala

Tradução de Gonçalo Nunes

 

Nomes das Doenças

Nomes científicos
Nomes comuns
Amyloodinium ocellatum
Amyloodinium, Oodinium, Veludo, Ictio de Água Salgada
Cryptocaryon irritans
Cryptocaryon, Ictio de Água Salgada
Brookynella hostillis
Brookynella, Doença do peixe palhaço, Doença do peixe anjo
Mycobacteria marinum
Tuberculose íctica
Vermes Turbelários
Doença dos pontos negros, Doença dos peixes cirurgião
Benedenia melleni
Tremátodes
Argulus sp.
Piolho dos peixes
Ichthyosporidium hoferi
Doença dos Fungos
??
Erosão da linha lateral e cabeça, Buracos na Cabeça
Vírus Lymphocystis
Doença viral, Cauliflower disease
Pseudomonas sp.
Apodrecimento das barbatanas, Septicemia hemorrágica bacteriana, Úlceras (Doença de bactérias)
Vibrio anguillarium
Vibriose, "wipe out"

 

Tratamento sugerido

Nome da Doença
Tratamento
1 (4) Doença dos pontos negros
Imersão rápida em água doce seguida de um banho com formol
2 (4) Brookynella
Cobre juntamente com um banho em formol
3 Apodrecimento das barbatanas
Eritromicina, Neomicina
4 Piolho do peixe
Imersão rápida em água doce seguida de um banho com formol
5 Tremátodes
Imersão rápida em água doce seguida de um banho com formol
6 Erosão da linha lateral e cabeça
? - melhor qualidade de água
7 Cryptocaryon*
Banho com formol (1/2 a 1 hora) durante todos os dias durante 1 semana
8 Ichthyosporidium
Nenhum - melhor qualidade de água
9 Lymphocystis
Nenhum - em princípio desaparece
10 Amyloodinium*
Imersão rápida em água doce juntamente com cobre
11 Microsporídeos
Nenhum - eutanásia
12 Envenenamento
Muitas mudanças de água / remover para outro aquário com água em bom estado
13 Dieta deficiente
Variar a dieta; ir de encontro às necessidades nutricionais do peixe
14 Tuberculose íctica
Kanamicina, Isoniazid
15 Vibrio
Eritromicina, Neomicina

* Tanto os aquários como os peixes têm de ser tratados para erradicar a doença.

 

Sintomas vs. Doença provável

x = sinal positivo
p = sinal possível
                     1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15
 
Pontos negros        x - - - - - - - -  -  -  -  -  -  -
 
Mudanças de cor      - - - - - p - x -  -  -  x  -  p  x
 
Olhos enevoados      - - - x - - p - -  p  -  x  -  -  -
 
Estômago distendido  - - - - - p - - -  -  -  -  -  -  p
 
Nadar errático       - - - - - p - - -  -  x  x  -  -  p
 
Emaciação            - - - - - p - - -  -  x  -  x  p  -
 
Erosão das 
Barbatanas           - - x - - - - - -  -  -  -  -  p  p
 
Respiração difícil   - - - x - - p - -  p  -  x  -  -  -
 
Pontos dourados/
castanhos            - - - - - - - - -  x  -  -  -  -  -
 
Falta de apetite     - - - - - - - p -  -  x  p  -  x  x
 
Indiferença          - - - p - - p x -  p  p  x  -  x  x
 
"Olhos esbugalhados" - - - - - - - - -  -  -  -  -  p  p
 
Áreas avermelhadas   - - x - - - - - -  -  -  -  -  x  x
 
Pele áspera          - - - - - - x x -  x  -  -  -  -  -
 
Esfregarem-se        x - - x - - x - -  x  -  p  -  -  -
 
Úlceras/orifícios    - - - - x - - - -  -  -  -  -  p  p
 
Protuberâncias 
tipo verme           - - - x - - - - -  -  -  -  -  -  -
 
Crescimento tipo 
verruga              - - - - - - - - x  -  -  -  -  -  -
 
Manchas brancas      - x - x - - - - -  -  x  -  -  -  -
 
Pontos Brancos (1mm) - - - - - - x - -  p  -  -  -  -  -
 
  
Fim da FAQ Principiantes de Água Salgada.  

Água Salgada, Sucesso a Longo Prazo.

Água Salgada, Sucesso a Longo Prazo

Tradução de Miguel Figueiredo

 

Manutenção em Água Salgada

O processo de ciclo será sem dúvida o tempo de maior tensão para você e para o seu novo aquário. Portanto, a seguir está um guia para os primeiros dias e meses.
Ao longo das primeiras 4 a 6 semanas o seu aquário irá demonstrar o típico processo de ciclo (o qual é descrito em detalhe na FAQ DO PRINCIPIANTE). Durante este tempo crítico você deve vigiar cuidadosamente a amônia e os nitritos no aquário. Se os peixes parecerem afetados (correndo de um lado para o outro, ofegando por oxigênio, ou permanecendo imobilizados) uma mudança de água parcial pode ser adequada. Se os peixes parecerem muito mal pode ser preciso que ser passá-los para outro aquário até que a toxicidade do aquário se reduza. Você deve sempre manter a mão água sem cloro e com sal previamente misturado, para imprevistos.
Em conjunto com a monotorização da amônia e dos nitritos, você deve estar atento ao pH (alias, deve sempre vigiar o pH e não apenas no processo de ciclo). O pH tenderá a cair ao longo do tempo e precisará de ser aumentado. A maneira mais fácil de subir o pH é através da adição de bicarbonato de sódio. Dissolva uma colher de sopa de bicarbonato de sódio numa chávena de água sem cloro e lentamente adicione-o ao aquário. "Lentamente" significa no decorrer de uma hora ou duas. O bicarbonato de sódio irá provocar uma queda de pH a curto prazo mas irá elevar o pH a 8.2 ao longo do tempo.
À medida que o tempo passa, a água irá evaporar do aquário e precisará ser reposta. A água que evapora é água doce e precisa ser substituída também por água doce. Você nunca deve usar água salgada para água de reposição (a menos que queira aumentar a salinidade do aquário).
À medida que o aquário matura, as algas começarão a crescer (normalmente cerca da semana 2 ou 3). Tipicamente as algas castanhas, também conhecidas por diatomáceas, serão as primeiras a aparecer no aquário. As algas castanhas irão geralmente cobrir tudo e precisarão ser limpas todas as semanas. Com o tempo as algas verdes devem ultrapassar as diatomáceas e as algas castanhas desaparecerão. Se isso não acontecer, talvez não exista luz suficiente para que as algas verdes vençam as diatomáceas.
Após o aquário completar o ciclo será tempo da primeira grande mudança de água. Embora a quantidade de água mudada seja consigo, deve ser uma porção significativa de água. Algo como 40% a 50%, com 100% de água a não ser raro. Quando se muda a água o areão deve ser também limpo. Existem muitos modelos de aspirador de areão disponíveis no mercado.
A química da água nova deve ter tão próxima como possível da água do aquário. O pH deve estar dentro de uma variação máxima de 0.2 e a temperatura deve estar dentro de 0.5°C. É preferível ter a água mais quente do que mais fria (imagine uma ducha frio e saberá como os peixes reagirão a uma mudança com água mais fria).
Após a primeira mudança de água você deve estabelecer um calendário de manutenção regular. Algo como mudança de água mensal, remoção semanal de algas e alimentação duas vezes por semana será normal.
Uma nota sobre a nutrição: Os peixes de água salgada precisam de dietas variadas. Alimentar constantemente os peixes a flocos pode fornecer todas as vitaminas e minerais necessários, mas pode resultar em deficiências de nutrição de vária ordem. Alternando entre camarão cortado, ameijoa, flocos e artemia viva ou congelada será uma boa combinação. Peixes herbívoros, como os Cirurgiões Amarelos, também gostam de alface ou Nori (uma alga vendida nos mercados orientais) com uma base regular.

Conversão para Água Salgada

Uma das questões mais frequentes nos newsgroups é como converter de água doce para água salgada. Que equipamento precisa ser substituído, que equipamento precisa ser comprado, etc.
A maior parte do equipamento usado em água doce pode ser usado num sistema de água salgada, com algumas exceções. Você deve começar por substituir o areão por algum tipo de material calcário. Exemplos são o coral esmagado, dolomita ou aragonita. Estes tipos de substrato tendem a ajudar a capacidade de buffer da água e a produzir um ambiente mais estável. A seguir, você precisa verificar se o equipamento tem partes metálicas. A água salgada enferrujará tudo o que não for aço inoxidável da mais alta qualidade. Existem aços inoxidáveis no mercado que ganharão ferrugem quando expostos à água salgada. Desnecessário é dizer que você precisa substituir ou livrar-se de tudo o que seja metálico.
O sistema de filtragem usado na água doce é normalmente adequado a água salgada. Porém, pode aproveitar a oportunidade para atualizar ou mudar os mecanismos de filtragem. Além disso, qualquer que seja o sistema de filtragem que está a usar deve adicionar algum tipo de circulação de água ao aquário. A água salgada tem um conteúdo de oxigênio dissolvido mais baixo que a água doce, portanto é preciso manter a água em movimento. De fato, é preciso mais que mover a água. É preciso romper a superfície da água para maximizar a transferência de oxigênio com a atmosfera.
A iluminação usada num sistema de água doce também pode funcionar num aquário de água salgada apenas de peixes. Porém, se você quiser manter invertebrados então irá precisar atualizar o sistema.
Uma coisa que precisa ser substituída é a comida. Os peixes de água salgada precisam de dietas variadas. Você precisa fornecer aos peixes uma combinação de comida fresca, congelada e viva. Os flocos, embora adequados, não devem ser a maior porção da dieta dos peixes.
Finalmente, você está pronto para mudar para água salgada, deve mesmo substituir toda a água no seu sistema. É melhor começar com água livre de nitratos para minimizar os problemas com as algas. Muita gente pensa que adicionar sal a um aquário de água doce irá originar um aquário de água salgada em ciclo. A experiência mostra que não é verdade. As bactérias nitrificantes de água salgada são diferentes das bactérias nitrificantes de água doce, portanto têm ser cultivadas do zero. Como nota, as bactérias nitrificantes parecem ser sensíveis ao pH e à temperatura. Portanto transportar algum areão de um aquário de água salgada tropical (24°C) para um aquário de água salgada temperada (21°C) irá afetar as bactérias o suficiente para anular qualquer vantagem em usar o areão (como reduzir o tempo de ciclo).

Notas Gerais

Manter um aquário de quarentena é especialmente importante para aquários de água salgada. Pode ser muito difícil tratar um peixe doente quando este continua a ser incomodado pelos peixes saudáveis. Além disso, alguns medicamentos, nomeadamente o cobre, irão matar os invertebrados. Você NUNCA deve colocar cobre no aquário principal. Contrariamente à crença popular, você nunca conseguirá retirar todo o cobre do aquário. Além disso, ao usar cobre num aquário que contem rocha viva irá matar as formas de vida que povoam a rocha, dado que na sua maior parte são invertebrados.
A fonte de água para aquários de água salgada é muito importante. Embora a companhia possa dizer que a água da torneira é adequada para consumo humano, pode não ser adequada para os peixes. A água canalizada tipicamente contem compostos de cloro que matarão os peixes. Embora estes compostos tenham um efeito imediato nos peixes, existem outros contaminantes na água canalizada que precisam de tempo para afetar o aquário. Em particular, os fosfatos causarão crescimentos massivos de algas-cabelo e potencialmente explosões de cianobactérias. Sem uma boa qualidade de água na fonte o aquário não será a alegria contínua que você esperaria.
Os melhores purificadores de água no mercado são as unidades de osmose inversa. Estas, acopladas a resinas Deionizadoras, produzem água 98% pura. Se o preço de uma combinação RO/DI (siglas inglesas: Reverse Osmosis e De-Ionizers) é demasiado para si, então pode usar água destilada (e não água da chuva). Porém, a água destilada pode ter estado guardada em contentores de cobre o que matará os invertebrados.
Antes de começar o seu aquário de água salgada encontre uma boa loja próxima de si. As boas lojas terão pessoal conhecedor e exibirão uma preocupação geral com o tratamento dos animais. Se a loja tiver poucos aquários de água salgada, com peixes doentes ou a morrer, então não compre peixes aí, mesmo peixes que pareçam saudáveis.
O último aspecto sobre manter peixes de água salgada é ler, ler, ler. A FAQ não é substituta para ler um bom livro. (N.T.: Infelizmente em Português quase não existem, assim são apresentadas referências a livros ingleses). Alguns dos melhores são: The Marine Aquarium Handbook por Martin Moe, The Book of the Marine Aquarium distribuído por Tetra Press e The Marine Aquarium Reference também por Martin Moe. Além disso, não tenha receio de colocar artigos no pt.rec.aquaria, não se esqueça é de fornecer todos os dados importantes (como amônia, nitritos, nitratos, pH, temperatura, que idade e que tamanho tem o aquário, quais os seus habitantes). Boa Sorte!

Um aquário de água salgada bem-sucedido:

o        Aquário de 120 litros
o        Tampa feita à medida
o        Suporte feito à medida
o        1 Phillips Ultralume
o        1 Coralife Actinic Blue
o        Balastro eletrônico Wizard
o        Filtro Seco-Húmido DIY
o        Pré-filtro Amiracle
o        Eheim 1250
o        Escumador movido a ar DIY 30"
o        Cabeça motorizada Hagen 801
o        Bomba de ar Tetra Luft G
o        Hagen 301 (circulação)
o        Aquecedor Ebo Jaeger 100W
o        Dolomita 10 Kg
o        Rochas diversas
o        2 Donzelas Dominó

Água Salgada, Comprando os Peixes.

Água Salgada, Comprando os Peixes

Contributo de Mark Rosenstein e Tom Sasala

Tradução de Miguel Figueiredo


É fácil fazer erros na montagem do seu primeiro aquário de água salgada. Quer seja pela saúde dos peixes quer pela sua carteira, comece apenas com poucos peixes, resistentes e baratos. A maior parte dos peixes de água salgada são apanhados na natureza em vez de criados em cativeiro, portanto os seus erros têm impacto nos oceanos!

Donzelas

Os melhores peixes para principiante são as donzelas. Estes peixes são resistentes e capazes de aguentar piores condições de água que a maioria dos outros peixes de água salgada. Não são esquisitos na comida e são razoavelmente baratos. O lado negativo é que são bastante agressivos. Um ou dois poderão co-existir num aquário. Irá haver muita luta se você inserir mais. Os fornecedores conseguem pôr muitos nos seus aquários porque mantém um povoamento tão grande que nenhum dos peixes consegue estabelecer um território. Isto não é aceitável por grandes períodos de tempo. Para desbravar caminho num aquário novo o melhor são realmente as donzelas. Se você pensa adicionar outros peixes agressivos então pode ficar com as donzelas. Se quiser manter peixes tímidos ou delicados então deve levar as donzelas de volta à loja assim que o aquário esteja pronto para receber mais peixes.
Algumas donzelas, como a donzela azul e as donzelas de cauda amarela, não são tão agressivas como outras, como as donzelas de três riscas e as donzelas dominó. Em todo o caso, as donzelas serão certamente as melhores espécies para começar.

Mollies

Alguns preferem começar um aquário com Molinésias, aclimatadas a água salgada. Isso lhe dá o benefício de começar com peixes baratos e habituar-se a manter a salinidade e o pH em peixes não muito sensíveis. Embora seguro, você não irá adquirir muita experiência de água salgada desta maneira.
Se você comprar mollies para o seu aquário de água salgada pode aclimatá-las colocando água salgada no saco de transporte durante um período de 6 a 8 horas, removendo alguma da água quando o saco ficar muito cheio. Lentamente aumentando a salinidade dá tempo às mollies de se acostumarem ao novo meio. Pode-se manter as mollies no aquário depois do ciclo, mas qualquer peixe agressivo irá continuamente perseguir as passivas mollies.
As Molinésias são criadas em cativeiro.

Peixes Palhaço

Os Peixes Palhaço, aparentados com as donzelas, são bastante resistentes. Porém, tornam-se mais difíceis de aclimatar a um novo aquário. Os palhaços em geral, são muito territoriais, mas além disso, não são agressivos, exceto para outros palhaços. Eles desembaraçam-se bem sem a anêmona, o que é positivo, dado que as anêmonas são muito mais difíceis de manter. As anêmonas requerem uma água muito limpa e luz de alta qualidade. Além disso, cada espécie de palhaço prefere uma espécie de anêmona particular e nenhum deles habita normalmente nas baratas e fáceis de manter anêmonas das Caraíbas.
Alguns palhaços são criados em cativeiro.

Gobies

Estes pequenos peixes são resistentes e provavelmente não causarão problemas com os outros peixes do aquário. Alguns deles mostram muita personalidade, embora fiquem perdidos em aquários grandes. Muitos destes peixes são adições excelentes para ajudar a controlar as algas. Porém, outros se alimentam peneirando o substrato e são muito difíceis de manter alimentados num aquário apenas de peixes (por exemplo, o peixe mandarim).

Cirurgiões

Os cirurgiões são bastante resistentes, embora sejam muito susceptíveis ao ictio de água salgada. Como comedores de algas que são, torna-se útil introduzi-los quando o seu aquário começar a desenvolver algas. Têm que ser alimentados com vegetais se não existirem algas adequadas a crescer no aquário (algas verdes). Muitas espécies de cirurgiões são frequentemente encontrados a preços razoáveis.

Peixes leão/peixes gatilho

Se você está a montar um aquário para peixes grandes e agressivos então pode começar com peixes leão/peixes gatilho porque são resistentes. Porém erros com eles podem ser muito dispendiosos, talvez você prefira praticar em peixes mais baratos e fáceis. Além disso, peixes carnívoros como os gatilhos e os leões devem ser bem alimentados. Em particular, muita gente alimenta os leões a peixes vermelhos. Isto é uma má prática porque os peixes vermelhos e os peixes de água doce em geral não fornecem a mesma nutrição que os peixes de água salgada. Alimentar peixes de água salgada com comida de água doce pode causar a falha prematura do fígado e a morte dos peixes.

Anjos e peixes borboleta

Estes peixes têm que ser ignorados e deixados na loja. São delicados e difíceis de manter. Muitos dos peixes borboleta têm dietas especializadas que os tornam difíceis de manter em cativeiro.
Peixes-morcego são também peixes que devem ser evitados.

Outros

Outros peixes de água salgada que podem ser tentados uma vez tendo controlo sobre o ambiente do aquário são os peixes-falcão e grammas. Alguns são mais difíceis que manter que outros, mas nem de perto tão difíceis como anjos e peixes-borboleta.

Peixes de que se deve manter afastado

Todos os peixe anjo, todos os peixe-borboleta, peixe-tubo, cavalos marinhos, peixe de nariz comprido, enguias azuis, peixe rocha, e "Moorish Idols". Os peixes Mandarim devem também ser evitados em aquários que não são de recife (são difíceis de alimentar).


Invertebrados para Principiantes

Muita gente acredita que os invertebrados são apenas para aquário de mini ou micro recife. Não é assim. Existem alguns invertebrados que se dão bem em aquários que não são de recife. Porém não há muitos invertebrados que devam ser tentados por aquariofilistas inexperientes. Em baixo está um breve sumário dos invertebrados resistentes disponíveis ao aquariofilista.

Camarões

Existem muitos camarões disponíveis no mercado, a maior parte deles é perfeitamente adequada para um aquário de água salgada pouco povoado. De fato, alguns camarões são mais adequados para aquários de peixes e invertebrados que para recife, dado que gostam de comer corais.
Entre os mais populares camarões encontram-se o Camarão Limpador Lysmata amboinensis, o Camarão Vermelho Lysmata debelius, o Periclimenes brevcarpalis e o Camarão Coral Stenopus hispidus. O Camarão Limpador é identificável por uma faixa vermelha sobre branco no meio do dorso. São razoavelmente baratos e fáceis de manter. Devem, porém, ser mantidos em grupos pequenos (3-4), dado que isto os torna mais sociais e mais propensos a mostrarem-se. O Camarão Vermelho é vermelho intenso com pintas brancas. O Camarão Coral é muito popular em aquariofilistas de recife, mas é preciso vigiá-lo com peixes pequenos. Este camarão é conhecido por comer pequenos peixes sem pensar duas vezes.
A maioria dos camarões são necrófagos e não precisam de ser constantemente alimentados (costumam comer os restos que os peixes deixam cair). Se os seus peixes consomem a maior parte da comida antes que esta atinja o fundo do aquário então alguma comida extra deve ser dada aos camarões depois dos peixes terem sido alimentados ou à noite (a maior parte dos camarões é noturna). Os camarões aceitam prontamente a maioria das comidas congeladas e das comidas secas (artemia, flocos, etc).
Evite os camarões Arlequim Hymenocera sp. porque as estrelas-do-mar são a única fonte da sua alimentação.

Caranguejos

Existem muitos tipos diferentes de caranguejos, mas as variedades mais frequentes são os Caranguejos Anêmona Neopetrolisthes ohshimia, os Caranguejos Seta Stenorhynchus seticornis e os Caranguejos Ermita Dardanus megistos. Os Caranguejos Anêmona vivem em anêmonas, tal como os Peixes-Palhaço, e variam imenso na cor e no formato. São normalmente adquiridos indiretamente quando se compram anêmonas, mas algumas vezes são vendidos separadamente. Estes caranguejos devem ter uma anêmona hospedeira para que se sintam bem. Os Caranguejos Seta são animais muito interessantes, mas devem ser mantidos apenas um por aquário, senão irão lutar continuamente. Pelo mesmo motivo, não devem ser mantidos com Camarões Coral. Os Caranguejos Ermita são também interessantes e variam em cor e tamanho. A maioria é passiva, mas alguns comerão corais e outros invertebrados.
Os camarões são geralmente onívoros e estão prontos a aceitar as mesmas comidas que os peixes. Tal como os camarões, os caranguejos só comem a comida que chega ao fundo do aquário. Portanto, assegure-se que alguma comida chega aos caranguejos.

Ouriços-do-mar e Estrelas-do-mar

A maioria dos Ouriços-do-mar e das Estrelas-do-mar é adequada a principiantes que tenham uns meses de experiência. Mais uma vez, são seres que variam muito no tamanho, formato e cor. Atenção, alguns Ouriços-do-mar são venenosos. A maior parte dos Ouriços e das Estrelas-do-mar alimentam-se de detritos, algas e de pequenas partículas de comida que tenham caído ao seu alcance.

Anêmonas

Em termos simples, as anêmonas não devem ser mantidas por principiantes (desculpem, pessoal). Todas requerem luz muito forte e condições de água excelentes. Não acredite se o homem da loja disser outra coisa. A menos que esteja disposto a investir uma quantidade de dinheiro em iluminação apropriada, não tente manter anêmonas.

Algumas notas acerca de invertebrados

Os invertebrados são muito sensíveis à qualidade da água. Sinais de stress devidos à fraca qualidade da água são normalmente exibidos em primeiro lugar por invertebrados. Portanto, camarões e outros invertebrados nunca devem ser usados para fazer o ciclo. Além disso, você nunca deve adicionar um invertebrado a um aquário doente ou a um aquário que não tenha parâmetros de qualidade da água estáveis (como pH, temperatura, etc).
Outros aspectos a ter em conta: Os camarões necessitam de iodo para se desenvolverem bem, assim como cálcio. Se você não mudar a água regularmente (ao contrário do que devia fazer) ou se não os alimentar regularmente com comida viva ou congelada então pode precisar adicionar um suplemento de iodo à água. Sem níveis apropriados de iodo os camarões não se formam corretamente e irão provavelmente morrer. Além disso, o cobre mata os invertebrados a concentrações muito mais baixas que os peixes. Se usar alguma vez cobre no aquário então NÃO INSIRA invertebrados. Você nunca será capaz de remover todo o cobre suficiente para manter os invertebrados vivos e felizes. Finalmente, os caranguejos mais tarde ou mais cedo irão crescer demais para a sua concha. Portanto, irá precisar de lhes fornecer uma concha maior (eles normalmente experimentam várias antes de se ligarem a uma, irá precisar de pelo menos duas).

Invertebrados de que se deve manter afastado

Tridacnas (precisam de luz forte). Bivalves Fogo (são quase impossíveis de manter em aquário dado que se alimentam por filtragem da água). Polvos, chocos e lulas (têm um tempo de vida muito reduzido), nudibranquios (são muito difíceis/impossíveis de alimentar), corais duros e moles (precisam de luz muito forte) e "sea squirts" (podem libertar toxinas venenosas na água).


Selecionando um peixe de água salgada

Dado que os peixes de água salgada são geralmente mais dispendiosos que os de água doce, você faz uma aposta maior em mantê-los vivos a longo prazo. Deve compreender que a maioria dos peixes que vê nas lojas estavam a nadar no vasto oceano à apenas uma semana atrás. Como tal, o stress da captura e do transporte pode deteriorar os processos biológicos do animal.
O aspecto mais importante quando se adquire um peixe é evitar ser vencido pelo impulso de compra. Antes de comprar um peixe você deve perguntar "Posso mantê-lo feliz?". Manter simplesmente o peixe ou invertebrado não significa que ele está feliz. Cinquenta peixes-vermelhos podem viver num aquário de cinquenta litros, mas certamente não serão felizes ou saudáveis. Comprar um peixe do qual você não sabe nada e só depois perguntar se o pode manter é um hábito muito mau. Além disso, por duro que pareça dizer isto, não se sinta como se estivesse a fazer um favor a um peixe doente ao levá-lo para casa. Se você tiver espaço e tempo para tratar o peixe doente então sugiro que auxilie o ambiente e cuide desse peixe em vez de deixá-lo morrer. Porém, se você vai apenas meter o peixe no aquário principal porque não tem tempo ou a inclinação para montar um aquário de quarentena, então esqueça. Só resultaria na morte do peixe e no tornar mais leve a sua carteira.
Uma vez você decida por um peixe em particular não tenha receio de pedir na loja para reservá-lo. Uma boa loja irá sempre reservar o peixe para si (não apóie lojas que não o façam!). Além disso, peça para ver o peixe comer. Se o peixe estiver saudável e a comer então muito provavelmente é um bom espécime. Finalmente, observe o peixe atentamente, procurando pontos, padrões irregulares, escamas perdidas e feridas. As barbatanas rasgadas irão geralmente curar-se e não são grande problema.

Levando os Peixes para Casa

Uma vez os peixes em casa, deve colocar o saco no aquário de destino, deixando assim que a temperatura se iguale. Após cerca de meia hora, deve adicionar 1/4 de chávena de água do aquário ao saco. Repetir este processo uma vez a cada 15 minutos durante uma hora, removendo alguma água se o saco ficar demasiado cheio. Qualquer água removida deve ser deitada fora. Irá possivelmente conter parasitas ou outras coisas desagradáveis. (N.T.: Assim que o saco é aberto convém fazer borbulhar ar no seu interior, por intermédio de uma bomba de ar e de um difusor, para evitar a falta de oxigênio).
Quando você tiver aclimatado o peixe à química do aquário, existem as seguintes opções: Pode colocar o peixe diretamente no aquário principal e esperar pelo melhor, pode dar-lhe um mergulho em água doce e então colocá-lo no aquário principal ou pode colocá-lo no aquário de quarentena.
O melhor cenário é dar ao peixe um mergulho em água doce e colocá-lo no aquário de quarentena. Mantenha o peixe no aquário de quarentena durante duas semanas e esteja atento a sinais de doença. Se o peixe ficar doente você pode medicar o aquário de quarentena sem ter que afetar a química do aquário principal. Se você fizer uma quarentena deve, obviamente, aclimatar o peixe à química do aquário de quarentena, em vez do aquário principal.
Se não usar o aquário de quarentena então é uma excelente idéia dar-lhe um banho de água doce antes de colocá-lo no aquário principal. O banho de água doce provoca que quaisquer parasitas presos ao peixe se soltem e permaneçam na água doce (para ter uma morte solitária). De outra maneira os parasitas entregues a si próprios irão rapidamente reproduzir-se nas condições de cativeiro e infectarão todos os peixes do aquário.
Para dar a um peixe de água salgada um mergulho de água doce prepare um recipiente com água doce sem cloro com uma química parecida com a do aquário de destino. Isto é, assegure-se que o pH e a temperatura são tão parecidas quanto possível com a do aquário (isto é critico!). Remova o peixe do saco e coloque-o no recipiente por 3 a 5 minutos. Vigie o peixe de perto, procurando sinais de stress. Se o peixe pára de se mover ou começa a flutuar, retire-o imediatamente e coloque-o no aquário de destino (o aquário de quarentena ou o principal).
Ao colocar o peixe no banho de água doce nunca o despeje para o recipiente. Utilize um tupperware ou uma rede para apanhar o peixe e para colocá-lo no banho. A água da loja nunca deve ser introduzida no banho de água doce ou em qualquer um dos seus aquários. Esta água contem habitualmente todos os tipos de doenças desagradáveis e micro-organismos.
Se colocar o peixe no aquário principal e ele aparecer com uma doença então deve removê-lo imediatamente para um aquário de quarentena. Não se arrisque a espalhar a doença aos outros peixes (embora possa já ser demasiado tarde).
Mais informação sobre como montar um aquário de quarentena pode ser encontrada no Arquivo (em inglês).

Iniciação ao Aquário de Água Salgada.

Iniciação ao Aquário de Água Salgada

Contributo de Thomas Sasala

Tradução de Miguel Figueiredo

 

Introdução

Você estará a interrogar-se: "Será que um aquário de água salgada é para mim?". A maior parte das pessoas acredita que manter um aquário marinho é infinitamente mais difícil que um de água doce. Não é assim. A verdade é que um aquário de peixes e invertebrados de água salgada não é necessariamente mais difícil de manter, apenas têm diferentes requisitos e os erros trazem consequências mais graves. Se você não leu a área de principiantes, por favor, faça-o agora. É a chave para entender completamente as bases apresentadas aqui.

Água Salgada, Antes de Comprar os Peixes

Tradução de Miguel Figueiredo

 

Os Parâmetros Básicos

Quais as diferenças entre água salgada versus água doce? Como indicado, os peixes de água salgada são mais sensíveis a mudanças no seu ambiente. Os parâmetros críticos de um aquário de água salgada são o pH, nitratos, salinidade e temperatura. Durante o ciclo, amônia e nitritos poderão também ser um problema. Estes elementos não são diferentes daqueles de água doce, mas são nefastos em muito menores concentrações.
O pH no aquário de água salgada é um dos mais importantes parâmetros. Os peixes e invertebrados são especialmente sensíveis a mudanças rápidas de pH, portanto manter as flutuações de pH dentro de 0.2 por dia é crítico. Todas as criaturas marinhas aceitam um pH próximo de 8.2, variando entre 8.0 a 8.4. O pH nunca deve descer abaixo de 8.0.
O próximo parâmetro crítico são os nitratos. Os peixes de água salgada toleram melhor nitratos altos que os invertebrados (em geral), mas ainda assim preferem nitratos abaixo das 20ppm, sendo requerido menos de 5ppm pela maioria dos invertebrados. Os aquariofilistas de recife consideram mesmo que acima dos 0.5ppm é inaceitável, todavia isto é um objetivo irrealista para um aquário só de peixes ou com um mínimo de invertebrados.
O próximo parâmetro a ter em atenção é a salinidade ou gravidade específica. Em termos genéricos (muito genéricos mesmo), a gravidade específica é a quantidade de sal na água. Muitos aquariofilistas tratam a gravidade específica e a salinidade como sendo a mesma coisa, mas tecnicamente não são. A gravidade específica é dependente da temperatura e a salinidade não é. A maioria dos densímetros (os densímetros medem a gravidade específica) estão regulados para ler a gravidade específica a 15°C. Dado que é um valor baixo para a maioria dos aquários, os densímetros na aquariofilia estão normalmente regulados para medir a gravidade específica correta a cerca de 25°C.
De qualquer modo a maioria dos seres irá aclimatar-se a qualquer gravidade específica (dentro do razoável) desde que não vá variando muito. A gravidade específica da água do mar natural varia conforme a localização (oceano, lagoas, estuários), apresentando valores de 1.020 a 1.030. Portanto peixes diferentes podem ser nativos de diferentes salinidades e poderão precisar de algum tempo para se adaptarem a outra salinidade.
Finalmente, a temperatura de um aquário de água salgada é basicamente a mesma que um aquário de água doce: entre 24°C a 27°C, com 25°C a ser um bom ponto intermédio. Variações acentuadas de temperatura aumentam o stress dos peixes e invariavelmente provocam doenças, portanto um bom aquecedor (ou refrigerador) é uma necessidade. Aquecedores completamente submersíveis tendem a ser preferidos em vez dos que ficam parcialmente fora de água. Além disso, parecem ser mais fiáveis. (N.T.: Em Portugal praticamente todos os aquecedores usados são do tipo totalmente submersível).
Outros parâmetros que valerá a pena vigiar são a alcalinidade e o cálcio. A alcalinidade de um aquário de água salgada é verdadeiramente crítica para um sucesso a longo prazo. Sem bons níveis de alcalinidade o pH do aquário irá cair ao longo do tempo e colocar em perigo as vidas dos habitantes. A alcalinidade de um aquário de água salgada deve rondar os 2.5 a 3.5 meq/l.
O cálcio é mais uma preocupação de aquariofilistas de recife do que de um aquário apenas de peixes. Porém, quando você progredir e desejar manter invertebrados, monitorizar o cálcio torna-se uma necessidade. Sem cálcio e outros elementos residuais os invertebrados não podem formar adequadamente o seu exoesqueleto e não sobreviverão. Os níveis de cálcio deverão estar entre 400 e 450 ppm Ca++. Para mais informações sobre como adicionar cálcio pode consultar, se compreender Inglês, pode consultar a FAQ do Recife, apenas disponível Inglês. Para encontrá-la faça uma pesquisa por "Reefkeepers FAQ" no seu motor de busca preferido.
Alguns dos invertebrados mais fáceis de manter, como os camarões, também precisam de suplementos regulares de iodo e de outros elementos residuais. A maior parte das comidas irão fornecer as quantidades necessárias destes elementos. Porém, se você está a usar um escumador, esses elementos podem ser removidos da água e precisam de ser substituídos manualmente. De novo a FAQ de Recife tem mais informação acerca da adição de elementos residuais.

Os Componentes Básicos

Agora que você está confortável com os parâmetros de um aquário de água salgada, vamos ver o que é necessário para manter um aquário bem sucedido.
Os componentes necessários para manter um aquário de água salgada bem sucedido dependem muito da pessoa com que estiver a falar. Você nunca deve trabalhar em função do conselho de uma única pessoa. Por exemplo, muitos advogam a utilização de filtros de fundo como filtragem biológica. Isto, porém deve ser temperado com sabedoria. Um aquário de água salgada com um filtro de fundo de circulação reduzida irá exigir muito mais trabalho que um sistema com um filtro seco-húmido e um par de cabeças motorizadas. Os filtros secos-húmidos precisam de menos manutenção dado que os filtros de fundo tendem a ficar obstruídos ao longo do tempo.
Não fique demasiado submerso em detalhes, os componentes básicos de um aquário de água salgada são o aquário, decoração, filtragem (incluindo escumador), luz, água e Test Kits.
Uma das mais importantes decisões no iniciar de um aquário de água salgada será o tamanho. A regra básica é quanto maior melhor. Um aquário maior será mais fácil de controlar e dá maior margem para erros (que são inevitáveis). Para principiantes, o mínimo será um aquário de 84 litros sendo 200 litros muito mais recomendável. Para alguns especialistas na manutenção de peixes, um aquário de 60 a 80 litros poderá chegar, mas não é aconselhado. Em geral, os peixes gostam de aquários longos e largos. Quanto maior a área de superfície um aquário melhor se dão as trocas gasosas e mais felizes ficam os peixes.
Antes de finalizar sobre o tamanho dos aquários, lembre-se que as densidades de peixes são muito menores em água salgada do que em água doce. Isto é, você não pode pôr tantos peixes de água salgada como poderia colocar em água doce. Pôr mais que 2 peixes de água salgada em 40 litros é arranjar sarilhos. A regra geral é 10 cm de peixes pequenos a médios por 40 litros ou 5 cm de peixes grandes ou de crescimento rápido por 40 litros. Isto é apenas uma estimativa grosseira do número de peixes. Não existe uma indicação exata porque é necessário levar em conta a filtragem, manutenção, alimentação, etc.
Além do número de peixes que você gostaria de ter, o tamanho do aquário irá ainda afetar a sua escolha da filtragem e da iluminação, quer em custo quer em configuração. Um bom tamanho de aquário irá variar entre 1 metro e 1.5 metros e entre 200 e 300 litros. Convém tomar em atenção o seguinte: um aquário de um metro usa lâmpadas fluorescentes de 30W, porém muitos dos refletores para 1.2 m também estão feitos para as mesmas lâmpadas, embora existam no mercado lâmpadas fluorescentes de 105 cm e 40W. Um aquário de 1.5 m utilizará lâmpadas de 36 ou 40W e 122 cm. Um aquário de 1.2 m otimizará melhor a iluminação fluorescente por litro desde que utilize refletores para lâmpadas de 40W.
Uma vez decidido o aquário certifique-se que tem um local onde o colocar. O aquário não deve receber luz do sol direta ou estar uma área pouco estável. Certifique-se também que o suporte será capaz de aguentar o peso do aquário incluindo substrato, pedras e água. No total um aquário de 200 litros irá pesar varias centenas de quilos (só a água pesará mais de 200 kg).
Depois de selecionar o aquário deve dar atenção ao substrato. Será melhor usar substrato calcário, como areão de coral ou dolomita. Estes substratos irão, pelo menos inicialmente, ajudar a capacidade de buffer da água ao adicionar íons ao sistema. Geralmente o substrato não deve ser tão fino a ponto de ser sugado para o filtro ou pelas bombas e não deve ser tão largo que seja inestético. Alguns peixes (como os Gobies) preferem menor granulidade de substrato. A média andará entre 2 e 5 mm.
A areia viva é um substrato que tem ganhado recentemente bastante publicidade. Esta tecnologia ainda está na infância e não é recomendada para principiantes. Pode encontrar mais informação nos ARQUIVOS (em Inglês).
Depois de você selecionar um substrato considere o sistema de filtragem. A escolha na filtragem pode ter influencia na quantidade de substrato necessário. Um filtro de fundo ou um filtro de fundo de fluxo inverso deve ter cerca de 5 cm de areão médio (2-3mm) cobrindo a placa do filtro. Se não usar filtro de fundo, você não precisa de substrato, porém a maioria dos aquariofilistas irá sempre colocar um substrato de 1 a 2 cm de espessura. De notar que demasiado substrato conduzirá à presença de pontos mortos no aquário, os quais podem matar os habitantes (aumentando a importância da limpeza regular do areão). Informação mais detalhada sobre filtragem pode ser encontrada na FAQ Filtragem.
A seguir considere a decoração, na qual existem inúmeras escolhas. Coral morto, lava, rocha viva, rocha calcária e muitas mais. Os pedaços de coral são dos mais populares mais também dos mais caros. Lava e rocha calcária são baratas e também podem ser empilhadas para conseguir aquários com um interessante visual a recife. A Rocha Viva é um dos termos sonantes que por vezes é usado incorretamente. Rocha viva é simplesmente rocha colhida num recife e que é habitada por diferentes organismos.
Muitos aquariofilistas dedicados à manutenção de aquários apenas de peixes começam a descobrir as vantagens de ter rocha viva no seu sistema. A rocha viva produz um meio mais natural para os peixes e ajuda ainda na nitrificação e desnitrificação. Isto implica que a rocha viva é mais que apenas decoração, é realmente parte do sistema de filtragem. Embora seja difícil usar rocha viva como a única fonte de filtragem de um aquário apenas de peixes, sem dúvida que pode ser usada para reduzir com eficiência os nitratos. O uso de rocha viva em aquários apenas de peixes deve, contudo ser bem monitorizado. Se os níveis de nutrientes do aquário forem elevados a rocha viva será a primeira a demonstrá-lo. A rocha viva em presença de altos níveis de nutrientes tenderá a apresentar um crescimento pouco saudável de alga-cabelo ou em alguns casos de cianobactérias. Para evitar explosões de algas algumas regras simples têm que ser seguidas.
Primeiro você deve começar com rocha viva de alta qualidade: rocha viva que esteja muito incrustada de algas coralinas. Evite a rocha viva que tenha outras algas a crescerem. Adições regulares de cálcio podem também ser precisas para que as algas coralinas se mantenham vivas. A seguir, você precisa manter níveis de nitratos baixos (~10 ppm) e certifique-se que tem níveis praticamente indetectáveis de fosfatos (~0.02 ppm). Finalmente, alimente pouco os peixes, a comida em decomposição é um dos principais meios de introdução de fosfatos e nitratos, contribuindo para problemas com as algas.
Se você pensa adicionar rocha viva ao seu sistema lembre-se que a rocha viva contém organismos vivos e que, portanto podem ser mortos como os outros organismos do seu aquário. É uma boa idéia esperar até depois de o aquário estar montado antes de comprar rocha viva. Não existe um bom sitio para guardar rocha viva além de um aquário instalado. Tentar outra coisa poderá ser desastroso e caro. Além disso, se for colocar rocha viva num aquário já estabelecido, a rocha tem que ser rocha viva curada (para mais informação sobre rocha viva curada veja a FAQ de Recife.
A filtragem está tratada em detalhe na sua própria FAQ, com a maior parte da informação a ser relativamente genérica e aplicável a aquários de água salgada. Porém, existem certos aspectos que devem ser tomados em conta. Se você decidir usar um filtro de fundo, a instalação de um filtro de fundo de fluxo inverso será melhor. Um filtro destes irá manter os nitratos mais baixos ao tornar o substrato mais limpo e irá auxiliar a circulação no aquário.
Em adição a uma boa filtragem, a movimentação da água é uma necessidade no aquário de água salgada. Sem circulação o sistema será instável e tende a produzir crescimentos poucos saudáveis de algas e organismos patogênicos. A maneira mais fácil de conseguir a movimentação da água é tendo uma cabeça motorizada para circulação. Deve-se ter cuidado, porém, uma cabeça motorizada média num pequeno aquário facilmente cria um ambiente estilo tornado causando problemas em seres pequenos ou de movimentos lentos.
Um dos melhores sistemas de filtragem para um aquário apenas de peixes é um filtro seco-húmido. Embora instalações comerciais sejam bastante dispendiosas, um filtro seco-húmido pode ser feito economicamente em casa com pouco esforço.
Muita gente advoga os filtros secos-húmidos para aquários de água salgada como a única solução aceitável. Isto pura e simplesmente não é verdade. Qualquer um dos sistemas de filtragem mais populares podem ser usados num aquário de água salgada. A chave para o sucesso é fornecer a adequada filtragem biológica sem reter excesso de detritos. A retenção de detritos produz nitratos e inevitavelmente leva a problemas com explosões de algas. Qualquer que seja a filtragem que você escolha certifique-se que limpa o substrato filtrante mecânico pelo menos uma vez por semana. Idealmente deve-se minimizar a perturbação das bactérias nitrificantes crescendo nesse substrato.
Uma área da filtragem que tem ganhado uma vasta aceitação é o escumador de proteínas. Os escumadores são uma necessidade para um aquário de água salgada porque retiram as partículas orgânicas dissolvidas na água antes que sejam convertidas em nitratos.
Existem demasiados modelos e fabricantes para falar deles todos, mas os dois formatos básicos são os movidos a ar e o Venturi. Escumadores movidos a ar utilizam difusores de madeira ou fibra de vidro para produzir bolhas na coluna de água. Os escumadores Venturi usam uma válvula venturi para injetar bolhas na coluna de água. Quer os escumadores Venturi quer os movidos a ar têm designs de pró-corrente e contra-corrente. Os escumadores contra-corrente são, de longe, superiores aos de pró-corrente.
Quando a decidir sobre um escumador existem algumas coisas básicas a considerar. Escumadores movidos a ar utilizam difusores que têm que ser substituídos regularmente (normalmente uma vez por mês). Requerem mais manutenção que os escumadores Venturi para manter uma exumação correta. Por outro lado, os escumadores Venturi precisam de bombas muito poderosas para atingir uma exumação eficiente. São também geralmente mais caros que os movidos a ar. Escumadores menores que 60 cm devem ser evitados em aquários muito povoados.
Qualquer que seja o tipo de escumador que você comprar no custo final é preciso considerar-se a necessidade de uma bomba de água e possivelmente de uma bomba de ar. Um escumador Venturi de 40 contos normalmente não inclui a necessária bomba de alta pressão de 30 contos, um fato que a maioria das pessoas não nota à primeira vista.
Com a instalação quase completa você precisa ainda de considerar as suas necessidades de luz a curto e a longo prazo. Você deve decidir se vai ter um aquário só para peixes para sempre. Neste caso só precisa de uma única lâmpada de spectrum total. Porém, se você pensa avançar no hobby e manter animais mais sensíveis como as anêmonas, então deve selecionar cuidadosamente a iluminação (assim com a filtragem). As anêmonas requerem iluminação muito forte de spectrum total, complementada com luzes actínicas azuis. A regra geral é um mínimo de 2 watts por litro com maiores valores para aquários altos (45 a 60 cm).
Para o aquariofilista principiante a luz fluorescente é provavelmente a melhor. A luz de iodetos metálicos é mais para recife ou aquários de água doce muito plantados. De qualquer modo, se você precisar algo mais além de uma única lâmpada tem as escolhas limitadas. O melhor a fazer é construir o seu próprio refletor, com iluminação à medida, ou comprar um através de vendas por correio. Os preços das lojas de aquariofilia frequentemente afastam os aquariofilistas de obter a iluminação adequada.
Se você escolher um refletor fluorescente à medida então deve decidir entre normal intensidade (NO: normal output) ou elevada intensidade (HO: high output) ou muito elevada intensidade (VHO: Very High Output). A maior parte das pessoas com aquários apenas de peixes ficam-se pelas lâmpadas NO. Quer as lâmpadas HO quer as VHO requerem balastros especiais, mais caros que as lâmpadas NO e precisam ser substituídas mais frequentemente (mais $$).
Um item crítico em água salgada que não encaixa em nenhum dos tópicos referidos é o sal. Existem muitas marcas diferentes de sal no mercado, todos são basicamente a mesma coisa. A única diferença entre eles é se têm ou não nitratos ou fosfatos. Esses elementos são péssimos em aquário, portanto as marcas que os apresentem devem ser evitadas. Os bons sais incluem Instant Ocean, IO Reef Crystals e Coralife. Como nota, o comum sal gema não pode ser utilizado como substituto da mistura de sais marinhos. O sal gema não contém elementos importantes que os seres marinhos precisam para sobreviver.
Para medir a gravidade específica da água salgada você vai precisar de um densímetro. Existem dois tipos básicos de densímetros disponíveis ao aquariofilista: o tipo flutuante que por vezes mede também a temperatura e o de plástico, com um braço flutuante. É questão de gosto qual deles adquirir, mas geralmente o de plástico tem uma escala maior e é mais fácil de ler.
O componente final para manter um aquário de água salgada bem sucedido são os test kits. Por ordem de importância eles são o pH, nitratos, fosfatos, alcalinidade, nitritos, amônia e cálcio (para recife o teste de cálcio é mais importante que o de nitritos e o de amônia). Um bom test kit de pH é crítico e um monitor eletrônico de pH será ainda melhor. Os testes de amônia e nitritos são apenas precisos esporadicamente depois do ciclo. Um teste de nitratos é um bom teste geral da qualidade da água, depois de o aquário estar estabelecido. Você deve executar o teste de pH uma vez por semana e o teste de nitratos de quinze em quinze dias. Os outros testes não são necessários, mas podem ser precisos para resolver problemas específicos ou quando você avançar para criaturas mais delicadas.

Montagem

A área seguinte explica sucintamente procedimentos para instalação do aquário.
A primeira coisa que precisa fazer é colocar o suporte na sua posição final. Certifique-se que o suporte está nivelado em todas as direções. Seguidamente coloque uma placa de esferovite ou borracha no cimo do suporte. Isso elimina pequenos espaços entre o suporte e o aquário reduzindo os pontos de pressão que podem causar o colapso do aquário depois de estar cheio. Depois de colocado o suporte ponha o aquário sobre ele. Verifique se o aquário está nivelado em todas as direções. Note que um aquário não nivelado tem uma grande chance de quebrar depois de cheiro.
Onde quer que coloque o aquário este ficará lá enquanto estiver montado, provavelmente muitos anos. Você nunca deve mover um aquário com água dado que isso seria é uma maneira segura de parti-lo.
Uma vez o aquário colocado instale a filtragem. Se for um filtro de fundo então ponha a placa ou placas no fundo do aquário. Se for um seco-húmido estão ligue o pré-filtro e as mangueiras.
Antes de adicionar o substrato lave-o bem com água normal até a água correr transparente. Então o coloque no aquário. Sobre o substrato arranje as decorações. A partir daí a água salgada pode ser adicionada. A forma mais fácil de colocar a água é com um prato sobre o substrato e despejando a água sobre esse prato.
Após a montagem inicial do aquário, pode enchê-lo com água sem cloro e então adicionar o sal. Porém, nas mudanças de água seguintes o sal tem que ser pré-misturado. Isso permitirá que o sal tenha tempo para se dissolver bem e dá tempo a que os parâmetros da água nova estabilizem. Adicionar 20 litros de água doce e depois a respectiva quantidade de sal a um aquário já estabelecido é um enorme erro (e uma excelente maneira de matar os habitantes).
Uma nota sobre o fabrico de água salgada: A fonte de água que você usa para a mistura é extremamente importante no sucesso e saúde do sistema. Esse assunto será tratado mais tarde, por enquanto retenha a noção que a água da torneira poderá não ser suficientemente boa para o aquário.
Depois de colocada a água e feita a mistura, inicie o sistema de filtragem e verifique se existem fugas, quer de água quer de ar. Deixe o sistema funcionar por um dia ou mais para clarificar a água e para que os parâmetros iniciais da água e temperatura se fixem. Então poderá adicionar peixes.
Quantos peixes você deve ter para fazer o ciclo depende do tamanho do aquário e do método de ciclo que escolher. Pode fazer o ciclo de um aquário sem sequer ter peixes. Neste caso, você deve adicionar cloreto de amônia para simular os detritos dos peixes e inserir uma fonte inicial de bactérias nitrificantes. O melhor será obter uma cultura de bactérias de um aquário de água salgada já estabelecido. Isto pode ser um pouco de substrato, elementos filtrantes já com bastante tempo de permanência no filtro ou macroalgas como Caulerpa sp. A rocha viva é também uma excelente fonte de bactérias nitrificantes.
Se você escolher fazer o ciclo usando peixes, muito mais interessante que um tanque cheiro de água em movimento, o número de peixes necessário depende do tamanho do aquário. Em todo o caso dois peixes são preferíveis a um. Se um dos peixes morrer ainda haverá outro para terminar o ciclo. Claro que o segundo também se pode ir. Se todos os peixes morrerem então você terá que remover todos os contaminantes e inserir novos organismos (leia de novo esta FAQ).
O ciclo não tem que estar limitado aos peixes. Búzios e moluscos podem também ser usados. Porém, dado que estes organismos não produzem muitos detritos, o aquário demorará mais tempo a fazer o ciclo.

Espécies para um aquário Brackish.

Autor: Edson Rechi


Quais espécies manter em um tanque Brackish?

Obviamente apenas peixes naturais de mangue e estuários. É muito comum ver aquarista iniciante (e porque não mencionar os “experientes”..) misturar peixes de origem brackish como os "comuns" Scats e Monos, junto com peixes de água levemente alcalina ou ácida. Em alguns casos não são muito bem adaptados e acabam morrendo em poucas semanas ou dias. Há ainda aquele caso em que fulano conseguiu manter um peixe originário do brackish por um ano ou pouco mais em um tanque inapropriado... ERRADO! Estes peixes vivem anos e anos e se mantidos em condições ideais, dão menos trabalho algum comparado aos peixes mais comuns, e ainda possuem hábitos inigualáveis e mesmo muito exotismo!

Uma das grandes vantagens de se possuir peixes deste tipo de água é que conforme são adaptados a flutuações de salinidade, os parasitas e patógenos comuns não toleram tais variações. Apenas atente que não deverá efetuar uma mudança radical na salinidade da água em poucas horas. Deverão ser lenta e gradual tais mudanças. Tanto peixes marinhos como dulcícolas toleram flutuações na densidade da água, desde que lentamente.

Ciclídeos de águas alcalinas costumam tolerar um pouco de sal na água, bem como alguns Killies e muitas vezes são mantidos em torno de 1.005 juntamente com peixes brackish que vivem em água com salinidade relativamente baixa como Mollies. Outros peixes como os peixes gato (cat-fishes), corydoras e peixes gato maiores como os da família Loricariidae são intolerantes a presença de sal na água, portanto fique atento quais pretende manter.

Outro detalhe importante é com relação ao uso de medicamentos diretamente no aquário. Evite ao máximo usá-lo, para tratar de peixes enfermos, use um aquário hospital, isolando o peixe que necessita de maiores cuidados. Boa parte dos remédios podem ser usados em aquários brackish, sendo que se a água possuir salinidade igual ou maior que 1.005, opte pelos remédios marinhos, obterá melhores resultados e jamais use remédios (principalmente remédios para tanques dulcícolas) se mantiver invertebrados em seu brackish, boa parte destes remédios contém cobre, elemento letal a moluscos e invertebrados.

Embora tanques de brackish são menos freqüentes do que os tanques de água doce ou marinhos, abaixo alguns peixes mais comuns e facilmente criados em cativeiro.

Comuns:



 









Monos argenteus
Foto: ?

- Monos (Monodactylus spp);
- Alguns poecílideos como Molinésias e Guppies;
- Scats (Scatophagus spp.);
- Arqueiros (Toxotes spp.)
- Peixe Vidro Indiano (Chanda ranga)

Peixes predadores:



 




  
Peixe-dragão (Dragão Violeta)
Foto: ?

- Garpikes (família Lepidosteidae)
- Catfishes (família Ariidae)
- Gobbies (família Gobiidae)
- Enguias (família Mastacembelidae)

Exóticos:



 











Mudskipper
Foto: ?

- Quatro olhos (Anableps spp.)
- Mudskippers (Periophthalmus spp.)


E para os que não tem espaço em casa (que não sirva de desculpa):
 
- Killifishes (família Cyprinodontidae)
- Zangão e Gobbies (família Gobiidae)
- Pipefishes (família Syngnathidae)

Alguns peixes podem se reproduzir neste tipo de tanque, os de fácil reprodução, como Guppies, Mollies e Kribensis até os mais "exigentes", embora peixes como Monos e Arqueiros seja um pouco mais complicada a reprodução em cativeiro por inúmeros fatores como tamanho do tanque, número de indivíduos inapropriado, mudanças de salinidade e temperatura. Caso queira mais detalhes sobre a reprodução de determinada espécie, recomendo ler bons livros ou consultar fóruns de aquarismo na internet. Algumas espécies como Pelviachromis pulcher (Kribensis), Bumblebee Gobbies (Brachygobius spp.) e Dermogenys spp. são bons reprodutores para começar, devido a sua fácil adaptação em cativeiro.

A pergunta que não se cala: Peixe de água salgada vive em água doce ou peixe de água doce vive em água salgada ?

Simples e objetivo: NÃO! Os líquidos que circulam no corpo do peixe de água salgada têm aproximadamente a mesma quantidade de sais da água do mar. Se o peixe for colocado em água doce, a concentração de líquidos de seu corpo será maior que a do ambiente. O peixe absorverá água e não terá como eliminá-la, porque seu rim é pouco desenvolvido. Ele inchará e poderá explodir. E se um peixe de água doce for colocado no mar, a concentração de líquidos de seu corpo será bem menor que a da água e ele perderá líquido até ficar desidratado. Os peixes de água doce precisam eliminar o excesso de água que se acumula em seus corpos. Seus rins produzem muita urina para evitar que os tecidos fiquem saturados. Comparados aos peixes de água doce, os peixes de água salgada, que já perdem água por osmose, produzem muito menos urina.


Espécies de peixes recomendados e algumas informações

Entre as espécies mais recomendadas, para um tanque salobro, estão:

- Peixe Arqueiro (família Toxotidae);
- Peixe Vidro (família Ambassidae);
- Peixe gato/cat-fishes (família Ariidae); 1
- Peixe sapo (família Batrachoididae);
- Targetfishes (família Teraponidae);
- Scats (família Scatophagidae);
- Baiacús/Puffers (família Tetraodontidae);
- Peixes Cachimbo (Syngnathidae);
- Molinéias e Guppies/Lebistes (família Poeciliidae);
- Mudskyppers (família Periophthalmidae);
- Peixes folha (família Nandidae);
- Moréias de "água doce" (família Muraenidae);
- Peixe-agulha (família Belonidae);
- Goby (família Gobiidae); *
- Peixes tigre / Tigerfishes (família Lobotidae);
- Rainbowfishes / Peixes Arco-Íris (família Melanotaeniidae); 2
- Monos (família Monodactylidae)
- Alguns Killies; 3
- Alguns Ciclídeos. 4

1.   Nem todos cat-fishes aceitam sais na água, Coridoras, Cascudos e Ottos, por exemplo, não suportam e podem até falecer com a presença deste elemento na água;
2.   Nem todos Rainbowfishes aceitam água salobra;
3.   Nem todos Killies aceitam água salobra, o mais comum é a Jordanela Floridae, entre outros;
4.   Nem todos Ciclídeos aceitam água salobra com exceção de alguns como o africano Kribensis, o asiático Mexirica e o latino Synspilum, entre outros;
* Alguns Gobies vivem apenas em densidade acima de 1.018 que já é considerado marinho.

Lembre-se que não convém misturar muitas espécies em um tanque salobro, pois cada uma tem sua particularidade e hábitos diferentes das outras, portanto é imprescindível estudar muito bem as características dos animais. Hábitos alimentares, tamanho em fase adulta, agressividade, zona do tanque em que costuma viver, tamanho mínimo do tanque recomendado, compatibilidade, entre outras são informações que deverá possuir antes de escolher os futuros peixes.


Mais espécies recomendadas, com detalhes sobre cada uma:

Nem todos os peixes listados abaixo são compatíveis entre si
, estude bem antes de adquiri-los levando em consideração aspectos importantes como dieta alimentar, tamanho adulto, densidade da água, agressividade.

Arqueiro (Toxotes jaculatrix)   
 
pH: Levemente Alcalino
Temperatura: 24ºC à 28ºC
Sociabilidade: Grupo
Comportamento: Pacífico (come peixes menores)
Dieta: Carnívoro
Tamanho mínimo do aquário: 200l
Distribuição: Ásia e Oceania
Tamanho Máximo: 25cm
Zona do aquário: Meio e Superfície

Arqueiros são peixes interessantes, possuem o hábito de "cuspirem" água em insetos próximo a superfície, fazendo-o cair na água onde será devorado, podendo “cuspir” a uma distância de até 2m. Sua reprodução em cativeiro é muito difícil de ocorrer.
Estes peixes não exigem um aquário muito alto, porém o tanque deverá ser comprido e largo principalmente.
Costumam freqüentar mais a superfície e meio do tanque.
Se desejar manter um cardume destes peixes, deverão ser colocados todos de uma só vez e de tamanho aproximado.
- Alimentá-los com alimentos vivos sempre que possível (semanalmente), pois possuem hábito carnívoro. Preferencialmente deverão ser alimentados com rações flutuantes.
- Peixes jovens podem migrar para água doce por algum tempo, mas retornam a água salobra onde vivem a maior parte do tempo.


Mudskipper Atlântico (Periophthalmus barbarus)
 
pH: Alcalino
Temperatura: 25ºC à 28ºC
Sociabilidade: Grupo
Comportamento: Pacífico (come peixes menores)
Dieta: Carnívoro
Tamanho mínimo do aquário: 200l
Distribuição: Senegal até Angola (Leste Africano)
Tamanho Máximo: 20cm
Zona do aquário: Meio e superfície

Mudskippers possuem habilidade de se arriscar em terra por longos períodos, portanto se deseja criá-los, terá que reservar uma área seca e outra com água. Pode-se usar montagens de mangues ou mesmo empilhar inúmeras rochas no sentido que algumas fiquem fora d'água. A densidade desejável para estes peixes gira em torno de 1.005 a 1015. Uma preciosa dica é sempre manter seu tanque bem fechado assegurando que não escape, pois estes peixes são ariscos e freqüentemente podem ser vistos pelos cômodos da casa se o tanque não for bem tampado. O peixe arqueiro é uma boa companhia para Mudskippers.


Peixe-gato Colombiano (Arius seemanni)
 
pH: Ligeiramente Alcalino
Temperatura: 25ºC à 28ºC
Sociabilidade: Grupo
Comportamento: Pacífico (come peixes menores)
Dieta: Carnívoro
Tamanho mínimo do aquário: 350l
Distribuição: Sul da Califórnia (USA) até Colômbia
Tamanho Máximo: 40cm
Zona do aquário: Fundo

O Arius está entre o mais desejado peixe-gato entre os amantes destas espécies. São peixes com olhos grandes, corpo poderoso prata (parece cromado) e bem ativos. Embora predatórios, não são agressivos e podem fazer companhia com outros ciclídeos. Este peixe muitas vezes é confundido com o famoso Jordani (Arius Jordani) e vive tanto em água doce ou salobra, podendo serem vistos as vezes no mar. O tanque mínimo recomendado para esta espécie é 350l e deverá possuir excelente filtragem e um nível de oxigênio muito bom. Densidade especifica entre 1.005 a 1.015 é desejável para estes peixes.


Black Belt (Cichlasoma maculicauda)
 
pH: Neutro
Temperatura: 28ºC
Sociabilidade: Sozinho / Casal
Comportamento: Agressivo
Dieta: Onívoro
Tamanho mínimo do aquário: 200l
Distribuição: América Central
Tamanho Máximo: 30cm
Zona do aquário: Todas

Ciclídeo de grande porte e extremamente agressivo e em minha opinião um dos mais belos Ciclídeo da América Central e muito inteligente, capaz de interagir excepcionalmente com o dono. O tanque deverá possuir decorações com muitas rochas para servir de abrigo. Deverá mantê-lo sozinho ou em casal, nunca com peixes menores ou pacíficos. Se optar por mantê-los com outros peixes, assegure-se que o peixe que irá manter junto possui o mesmo nível de agressividade e que tenha um tanque relativamente grande para amenizar disputas por territórios. Embora prefiram pH neutro a levemente alcalino, poderá mantê-los em água salobra com densidade baixa (em torno de 1.005 ou menos). Sua alimentação deverá ser a mais diversificada possível com abundância vegetal.


Abelinha (Hypogymnogobius xanthozona)
 
pH: Alcalino
Temperatura: 25ºC à 28ºC
Sociabilidade: Grupo
Comportamento: Pacífico
Dieta: Carnívoro
Tamanho mínimo do aquário: 50l
Distribuição: Java, Sumatra e Bórneo
Tamanho Máximo: 4cm
Zona do aquário: Fundo

Peixe habitual de água salobra, será necessário adicionar sal marinho na água e plantas flutuantes para reduzir a iluminação excessiva em vista que estes peixes preferem zonas mais escuras. Embora seu tamanho seja pequeno, podem agredir outros peixes ou se alimentar de peixes menores e de mesmo tamanho.
Sua reprodução em cativeiro é um tanto difícil, a fêmea desova ovos em alguma superfície lisa onde o macho desempenhará sua função, costumam eclodir em 3 a 5 dias. Sua dieta deverá ter como base alimentos vivos. Deverá ser evitado colocar com peixes maiores por questões óbvias.


Enguia Americana (Anguilla rostrata)
 
pH: Ligeiramente Alcalino
Temperatura: 22ºC à 28ºC
Sociabilidade: Sozinho
Comportamento: Agressivo
Dieta: Carnívoro
Tamanho mínimo do aquário: 900l
Distribuição: Atlântico norte, sobretudo costa americana
Tamanho Máximo: 120cm
Zona do aquário: Fundo

A Enguia "americana" é uma das espécies que migram do oceano para estuários. Em sua fase jovem são transparentes e relativamente fáceis de se coletar sendo que normalmente os machos preferem permanecer próximo a água salobra e a fêmea muitas vezes acaba subindo rio acima podendo até ser encontrada em água doce.
Este peixe cresce relativamente rápido e muito, seu tanque deverá ser o maior possível, principalmente no comprimento e largura, possuindo água ligeiramente salobra. Em fase adulta tende a ser muito agressivo com os demais peixes sendo aconselhado mantê-la apenas com peixes maiores e agressivos. A alimentação de exemplares jovens deverá ser à base de plâncton, camarões e outros alimentos vivos menores, em fase adulta preferem invertebrados vivos, lagosta, carne (deverá afundar) e peixes.
Estes peixes costumam ser bem ativo e possui hábitos noturnos, mantenha seu tanque sempre bem fechado para evitar que pulem.


Enguia de "água-doce" (Echidna rhodochilus)
 
pH: Ligeiramente Alcalino
Temperatura: 22ºC à 28ºC
Sociabilidade: Sozinho
Comportamento: Pacífico
Dieta: Carnívoro
Tamanho mínimo do aquário: 200l
Distribuição: Pacífico Ocidental
Tamanho Máximo: 50cm
Zona do aquário: Fundo

Embora vendido com freqüência como peixe de água-doce, são peixes de água salobra e vivem melhores se mantidos em tal água.
Companheiros ideais para Monos e Scats pode facilmente adaptar-se a condições marinhas, mas densidade entre 1.005 à 1.010 será mais aceitável para sua saúde a longo prazo. Como boa parte das Enguias, são predadores se alimentando de pequenos peixes e invertebrados, embora esta espécie seja pacífica com peixes maiores e dependendo do tamanho do tanque, poderá aceitar a presença de outra.
Muitas vezes podemos nos deparar com problemas em fornecer alimentos para Moréias, uma dica é amarrar minhocas ou camarões em linha de algodão e colocar no aquário como se estivesse "pescando", passe o alimento próximo a ela e vá puxando no sentido que ela fique ativa e vá atrás do alimento, é uma boa diversão e ao mesmo tempo estará estimulando seus instintos, onde em breve voltará a se alimentar sozinha.


Guppy (Poecilia reticulata)
 
pH: Ligeiramente Alcalino
Temperatura: 22ºC à 28ºC
Sociabilidade: Grupo
Comportamento: Pacífico
Dieta: Onívoro
Tamanho mínimo do aquário: 40l
Distribuição: América Central até o Brasil
Tamanho Máximo:  5cm
Zona do aquário: Todas

Os Guppies estão entre os peixes mais populares, são calmos, amistosos, resistentes e ótimos reprodutores. Em aquários deverá usar sempre um número maior de fêmeas do que machos. Sua expectativa de vida gira em torno de três anos e existem as mais variadas cores para aquarista nenhum colocar defeito. Vendido como peixes de água-doce, podem se adaptar a condições salobras desde que a densidade seja sempre menor que 1.010


Peixe-vidro (Parambassis ranga)
 
pH: Ligeiramente Alcalino
Temperatura: 24ºC à 28ºC
Sociabilidade: Grupo
Comportamento: Pacífico
Dieta: Onívoro
Tamanho mínimo do aquário: 50l
Distribuição: Paquistão, Índia, Tailândia e Malásia
Tamanho Máximo: 8cm
Zona do aquário: Todas

Peixe muitas vezes desprezado por não possuir cores, o vidro indiano é totalmente transparente sendo possível visualizar toda sua estrutura interna. Possui o comportamento muito tímido sendo companheiros ideais para Guppys. O dimorfismo é um tanto complicado, porém quando bem ambientados no tanque, os machos possuem uma borda levemente azulada em suas nadadeiras anal e dorsal. Sua reprodução em cativeiro é relativamente fácil onde uma dica é variar a temperatura para que a ocorra.


Kribensis (Pelvicachromis pulcher)

 
pH: Ligeiramente Alcalino / Neutro
Temperatura: 24ºC à 28ºC
Sociabilidade: Casal
Comportamento: Pacífico
Dieta: Onívoro
Tamanho mínimo do aquário: 50l
Distribuição: África Ocidental
Tamanho Máximo:  6cm
Zona do aquário: Meio e Fundo

Este pequeno ciclídeo é característico dos deltas ligeiramente salobro e córregos encontrados na África Ocidental e de adaptam facilmente a água doce ou levemente salobra. Um peixe muito usado em aquários plantados devido a sua rusticidade, cuja água tende a ser mais ácida. São peixes de fácil reprodução e normalmente "criam" seus alevinos. Seu comportamento é pacífico, porém não costuma aceitar outros exemplares no mesmo espaço, sobretudo em tanques menores, portanto se deseja manter mais de um casal, certifique-se que tenha espaço suficiente e principalmente tocas para se refugiarem. 


Molinésia (Poecilia latipinna)
 
pH: Ligeiramente Alcalino
Temperatura: 24ºC à 28ºC
Sociabilidade: Grupo
Comportamento: Pacífico
Dieta: Onívoro
Tamanho mínimo do aquário: 40l
Distribuição: América do Norte
Tamanho Máximo:  6cm
Zona do aquário: Todas

Outro peixe muito popular vendido freqüentemente como peixe de água-doce devido sua rusticidade. Este peixe poderá ser mantido em água levemente salobra podendo reproduzir facilmente. Deverá ser mantido com peixes pequenos e dóceis. Muitos os mantêm em condição marinha, que acaba diminuindo drasticamente sua expectativa de vida.


Mono (Monodactylus argenteus)
 
pH: Ligeiramente Alcalino
Temperatura: 24ºC à 28ºC
Sociabilidade: Grupo
Comportamento: Pacífico
Dieta: Onívoro
Tamanho mínimo do aquário: 200l
Distribuição: África a Indonésia e parte da Ásia
Tamanho Máximo: 20cm
Zona do aquário: Meio

O Mono argenteus pode ser encontrado em água salobra desde a costa oriental da África a Indonésia e parte da Ásia. Está entre os mais procurados para montagens brackish, devido o formato triangular de seu corpo. Sua nadadeira dorsal, anal e causal são levemente amarelas que só podem ser notado quando o peixe atinge sua maturidade.
O tanque para abrigar estas espécies deverá possuir bastante espaço para sua rápida natação, já que são peixes bem ativos (embora tímidos) e costumam nadar freqüentemente em cardumes (opte por sempre adquirir no mínimo 4 ou 5 exemplares) e podem se alimentar de peixes menores quando maiores. O Monodactylus Sebae também é encontrado em água salobra e possui praticamente os mesmos hábitos do M. argenteus.


Scat (Scatophagus argus)
 
pH: Ligeiramente Alcalino
Temperatura: 24ºC à 28ºC
Sociabilidade: Grupo
Comportamento: Pacífico
Dieta: Onívoro
Tamanho mínimo do aquário: 200l
Distribuição: Indo Pacífico
Tamanho Máximo: 30cm
Zona do aquário: Meio

Scats são peixes grandes com corpo comprido e sua cor pode variar de verde ao amarelo com diversos pontos sobre seu corpo. Estes peixes possuem espinhos venenosos. Ao adquirir esta espécie, é sempre melhor possuir 2 ou 3 espécies jovens.
São peixes que vivem sua juventude em água salobra e migram para o mar após alguns anos. Uma densidade entre 1.010 a 1.018 será bem vinda para eles caso deseje mantê-los com outros peixes como Monos.
Sua dieta deverá sempre ser complementado com alimentação vegetal e são extremamente sensíveis as presenças de altos índices de amônia ou nitratos.


Targetfish (Terapon jarbua)
 
pH: Ligeiramente Alcalino
Temperatura: 24ºC à 28ºC
Sociabilidade: Grupo
Comportamento: Pacífico
Dieta: Carnívoro
Tamanho mínimo do aquário: 250l
Distribuição: Indo Pacífico
Tamanho Máximo: 35cm
Zona do aquário: Meio

O Targetfish é uma espécie "clássica" do brackish. São peixes bem ativos que necessitam de um bom espaço para nadarem em grupos, costumam comer peixes menores. Requer mantê-lo em densidade média.


Gobby Violeta / Peixe Dragão (Gobioides broussoneti)
 
pH: Ligeiramente Alcalino
Temperatura: 24ºC à 28ºC
Sociabilidade: Sozinho
Comportamento: Pacífico
Dieta: Carnívoro
Tamanho mínimo do aquário: 200l
Distribuição: Carolina do Norte (USA) até região Sudeste do Brasil
Tamanho Máximo: 50cm
Zona do aquário: Fundo

O Gobby violeta ou peixe-dragão como também é conhecido, não confundir com o Dragão Chinês, deverá ser mantido em água levemente salobra. O aquário deverá possuir muitos refúgios ou tubos de PVC para o peixe se abrigar já que possui hábitos noturnos. Apesar de crescerem muito e possuírem aparência apavorante, são peixes bem calmos tendo que evitar colocá-los com peixes mais agressivos ou peixes menores que poderão ser devorados.


Bullrout  (Notesthes robusta) 
 
pH: Ligeiramente Alcalino
Temperatura: 24ºC à 28ºC
Sociabilidade: Sozinho
Comportamento: Agressivo
Dieta: Carnívoro
Tamanho mínimo do aquário: 150l
Distribuição: Austrália
Tamanho Máximo:  30cm
Zona do aquário: Meio / Fundo

Peixe muito raro em aquário e pouco recomendado para iniciantes; possui forte hábito predatório sendo mais ativo durante a noite.
Possui espinhos venenosos em sua nadadeira dorsal e a usa como forma de defesa de outros peixes maiores. A coloração do Bullrout varia muito sendo a mais freqüente a cor marrom e podem chegar a 30cm. Vivem na Austrália e se adaptam facilmente a todo tipo de água (doce, marinha e salobra) sendo ideal mantê-lo em água salobra com densidade por volta de 1.010, e embora predadores, costumam aceitar pedaços de carnes e alimentos congelados.


Gar Cubano (Atractosteus tristoechus )
 
pH: Neutro / Ligeiramente Alcalino
Temperatura: 24ºC à 28ºC
Sociabilidade: Sozinho
Comportamento: Agressivo
Dieta: Carnívoro
Tamanho mínimo do aquário: 1300l
Distribuição: Cuba
Tamanho Máximo:  180cm
Zona do aquário: Meio / Superfície

Espécie muito grande e rara de peixe-agulha, raramente são encontrados em lojas podendo ser observado geralmente em aquários públicos.
O tanque obviamente deverá ser grande para abrigá-lo contendo rochas e plantas altas, sendo indicado mantê-los em ph neutro a levemente alcalino. Sua alimentação deverá ser ministrada principalmente com alimentos vivos, embora possam aceitar ração industrializada.
Infelizmente esta espécie se encontra a beira da extinção.


Gar "Jacaré" (Atractosteus spatula) 
 
pH: Neutro
Temperatura: 24ºC à 28ºC
Sociabilidade: Sozinho
Comportamento: Agressivo
Dieta: Carnívoro
Tamanho mínimo do aquário: 2.500l
Distribuição: Rio Mississippi (USA) e Golfo do México
Tamanho Máximo:  300cm
Zona do aquário: Meio / Superfície
Considerado o maior peixe-agulha chegando a quase 3 metros de comprimento, obviamente não é qualquer aquarista que pode manter em sua residência um peixe deste porte e por isso são vistos principalmente em aquários públicos. Estes peixes se alimentam praticamente de tudo, sobretudo de peixes vivos. Vivem principalmente em água-doce, mas podem viver em água salobra com baixa densidade. Algumas espécies podem aceitar somente alimentos vivos e outros podem aprender a comer carnes e pelets para ciclídeos.


Peixe Mosquito (Heterandria formosa) 
 
pH: Neutro / Ligeiramente Alcalino
Temperatura: 24ºC à 28ºC
Sociabilidade: Grupo
Comportamento: Pacífico
Dieta: Onívoro
Tamanho mínimo do aquário: 25l
Distribuição: América do Norte
Tamanho Máximo:  2cm
Zona do aquário: Todas.

Considerado um dos menores peixe do mundo, este peixe é muito apreciado pelos aquaristas devido a seu tamanho reduzido e suas várias cores escura espalhadas pelo corpo. Peixe muito comum na América do Norte, sua média de vida está entre as menores também variando não mais que 2 anos (com raras exceções). Peixe ideal para se manter em aquário plantado junto com peixes como Guppies (não maiores que estes) e costumam aceitar sem maiores problemas todo tipo de ração, sobretudo flocos. Embora sejam peixes considerados rústicos, apreciam um pH neutro a levemente alcalino, podendo ser também adaptado em pH levemente ácido.


Empire Gudgeon  (Hypseleotris compressa)
 
pH: Neutro
Temperatura: 24ºC à 28ºC
Sociabilidade: Grupo
Comportamento: Pacífico
Dieta: Onívoro
Tamanho mínimo do aquário: 100L
Distribuição: Austrália e Nova Guiné
Tamanho Máximo:  10cm
Zona do aquário: Fundo e Meio

Em minha opinião, considero estes peixes um dos mais belos da água salobra/doce, é um ótimo atrativo para aquários plantado ou comunitário. Possui o corpo escuro com barriga vermelha e nadadeiras quem podem variar muito a cor passando desde vermelho, amarelo, preto e branco. Aceitam relativamente bem viver em água levemente salobra.


Tiger-fish (Datnioides quadrifasciatus)
 
pH: Neutro
Temperatura: 24ºC à 28ºC
Sociabilidade: Grupo
Comportamento: Agressivo
Dieta: Carnívoro
Tamanho mínimo do aquário: 300l
Distribuição: Ásia e Oceania
Tamanho Máximo:  30cm
Zona do aquário: Todas

Uma das menores espécies entre os tiger-fish (peixe-tigre), deverá sempre ser mantido em água salobra e apesar de agressivos, costumam tolerar outro exemplar por perto, desde que o tanque seja relativamente grande. Recomendado apenas para aquaristas experientes, devido dificuldades em alimentá-los onde sua preferência tende a alimentos vivos apenas, recusando rações ou mesmo pedaços de carne. O tanque para abrigá-los deverá possuir muitas plantas e rochas para que se ambientem melhor.


Puffer Gigante (Tetraodon mbu) 
 
pH: Levemente Alcalino
Temperatura: 24ºC à 28ºC
Sociabilidade: Sozinho
Comportamento: Agressivo
Dieta: Carnívoro
Tamanho mínimo do aquário: 500l
Distribuição: Rios do Congo
Tamanho Máximo:  70cm
Zona do aquário: Todas

Como seu nome sugere, este Puffer é muito grande e deverá ser mantido em um bom espaço a fim de prosperar. Originário dos rios mais baixos do Congo e parte do lago Tanganyika. São peixes muito agressivos e se o deseja manter com outras espécies de peixes, deverá escolher com cuidado. São encontrados em água salobra e é um peixe altamente carnívoro sendo que sua alimentação deverá ser ministrada com alimentos vivos ou congelada, embora possam vir a recusar o segundo. Mariscos são bem vindos em sua dieta a modo de "gastar" deu osso localizado na região próxima a sua boca.


Mexerica Verde (Etroplus suratensis) 
 
pH: Alcalino
Temperatura: 24ºC à 28ºC
Sociabilidade: Sozinho
Comportamento: Agressivo
Dieta: Onívoro
Tamanho mínimo do aquário: 200l
Distribuição:   Índia e Sri Lanka
Tamanho Máximo:  40cm
Zona do aquário: Meio

Um Ciclídeo grande e agressivo, o Mexirica Verde terá vida mais longa se mantido em água salobra e pH alcalino. Ávidos comedores de plantas, a decoração do aquário deverá ser composta basicamente de rochas.


Gobby Dorminhoco/Marbled (Oxyeleotris marmorata)

 
pH: Levemente Alcalino
Temperatura: 24ºC à 28ºC
Sociabilidade: Sozinho
Comportamento: Agressivo
Dieta: Carnívoro
Tamanho mínimo do aquário: 300l
Distribuição:   Sudeste Asiático
Tamanho Máximo:  55cm
Zona do aquário: Fundo

Embora chamado de Goby, o Goby dorminhoco pertence a família Eleotridae e não da família dos Gobbies verdadeiros (Gobiidae). Uma característica marcante é que ao contrário dos Gobbies verdadeiros, possuem duas nadadeiras dorsais. É um peixe caçador noturno e requer alimentos vivo em abundância, embora possa dificilmente aceitar rações de fundo. O aquário deverá estar munido de muitas plantas, troncos e rochas para servir de refúgio durante o dia, já que literalmente é um peixe "dorminhoco" com despertar sempre à noite.
Uma importante observação é que o Gobby Marbled é um peixe que pode consumir em uma só noite seu próprio peso e comerá qualquer coisa que se mover em sua frente independente do tamanho, desde que caiba em sua boca.


Peixe-Agulha (Xenentodon cancila)
 
pH: Neutro / Levemente Alcalino
Temperatura: 24ºC à 28ºC
Sociabilidade: Grupo
Comportamento: Pacífico
Dieta: Carnívoro
Tamanho mínimo do aquário: 150l
Distribuição:  Ásia
Tamanho Máximo: 35cm
Zona do aquário: Superfície

Peixe pacífico, embora poderá comer todos peixes menores que couberem em sua boca grande. Gostam de água ligeiramente salobra e sua ambientação no tanque deverá ser feita da melhor maneira possível e observada durante há primeira semana. Mantenha o aquário tampado, já que além de viver sempre rente a superfície, costuma dar seus "pulos".


Mexirica Laranja (Etroplus maculatus)
 
pH: Alcalino
Temperatura: 24ºC à 28ºC
Sociabilidade: Grupo
Comportamento: Pacífico
Dieta: Onívoro
Tamanho mínimo do aquário: 100l
Distribuição:   Índia e Sri Lanka
Tamanho Máximo:  8cm
Zona do aquário: Meio
Este peixe em fase jovem costuma ser confundido com outro ciclídeo, o Red Devil, devido seu corpo alaranjado.  No Brasil são peixes populares e muitas vezes mantidos erroneamente em água-doce sendo que preferem água levemente salobra onde se desenvolvem muito mais, além de apresentarem cores fantásticas. Vejo muitas perguntas por aí do tipo: Meu Mexerica não passa dos 4cm, porque? Meu Mexirica não possui cores vibrantes, por quê? Está aí a resposta mais plausível...


Gobião Roxo-listrado (Ogurnda mogurnda)
 
pH: Neutro
Temperatura: 24ºC à 28ºC
Sociabilidade: Grupo
Comportamento: Pacífico
Dieta: Onívoro
Tamanho mínimo do aquário: 100l
Distribuição:   Austrália e Papa Nova Guiné
Tamanho Máximo:  15cm
Zona do aquário: Meio / Fundo

Espécie resistente que pode viver tanto em água doce ou salobra. São peixes escavadores, deverá possuir um substrato de areia que será mais bem apreciado. Apesar de pacífico, é um peixe bem territorial com seus semelhantes, portanto deverá possuir bastante espaço e tocas para cada um demarcar sei território. Sua alimentação deverá ser a mais variada possível.


Ciclídeo Synspilum / Redheaded (Cichlasoma synspilum)
 
pH: Levemente Alcalino
Temperatura: 24ºC à 28ºC
Sociabilidade: Casal
Comportamento: Pacífico
Dieta: Onívoro
Tamanho mínimo do aquário: 200l
Distribuição:   México, Guatemala E Belize
Tamanho Máximo:  40cm
Zona do aquário: Meio / Fundo

Outro grande ciclídeo que desenvolve um "galo" em sua cabeça. São peixes pouco vistosos quando jovens, que vão desenvolvendo sua coloração conforme vão crescendo ficando bem bonitos com cores vibrantes. Considerado um dos maiores ciclídeos chegando a 40cm e são encontrados freqüentemente em água salobra com baixa densidade. Se diversos machos forem mantidos juntos, o dominante pode desenvolver um "caroço" ainda maior em sua cabeça. Seu temperamento é muito similar ao do Oscar, porém mais tímidos e vivem em rios e córregos lentos se adaptando conforme se desenvolvem no aquário, diminuindo sua timidez com o tempo.
Uma curiosidade interessante é que o famoso peixe Papagaio é descendente deste peixe, surgiu entre o cruzamento de fêmea de Cichlasoma synspilum com Cichlasoma citrinellum.  


Espada (Xiphophorus hellerii)
 
pH: Levemente Alcalino
Temperatura: 24ºC à 28ºC
Sociabilidade: Grupo
Comportamento: Pacífico
Dieta: Onívoro
Tamanho mínimo do aquário: 50l
Distribuição:   América Central
Tamanho Máximo:  10cm
Zona do aquário: Meio / Superfície

Um dos peixes mais populares, especialmente entre os novatos. Seu nome vem em alusão a sua nadadeira caudal prolongada que indica se tratar de um macho. Atualmente existem diversas cores entre estes peixes, devido à seleção por criadores.
É um peixe rústico e calmo não requerendo um tanque muito grande, desde que este possua um mínimo de espaço para sua natação, pois são peixes bem ativos e o mantenha com tampa. Vivem tranqüilamente em água salobra com baixa densidade.  Comem praticamente de tudo. Uma curiosidade sobre esta espécie é que devido à falta de hormônios, a fêmea adulta poderá virar macho, dependendo da necessidade.


Banjo (Platystacus cotylephorus)
 
pH: Neutro
Temperatura: 24ºC à 28ºC
Sociabilidade: Sozinho
Comportamento: Pacífico
Dieta: Onívoro
Tamanho mínimo do aquário: 150l
Distribuição:   Bacia Amazônica
Tamanho Máximo:  25cm
Zona do aquário: Fundo

Peixe pacífico com longa cauda, pode ser mantido em água-doce ou salobra com baixa densidade. O tanque deverá possuir areia no substrato para uma melhor ambientação deste peixe. Bom para tanques comunitários.


Peixe Cachimbo (Microphis brachyurus)
 
pH: Levemente Alcalino
Temperatura: 24ºC à 28ºC
Sociabilidade: Grupo
Comportamento: Pacífico
Dieta: Carnívoro
Tamanho mínimo do aquário: 100l
Distribuição: Ásia
Tamanho Máximo:  25cm
Zona do aquário: Meio

Parente próximo do Cavalo-marinho, este peixe dificilmente se habitua a cativeiro. O aquarista que deseja mantê-lo deverá atentar em sua alimentação, costuma aceitar apenas alimentos vivos como artêmia e deve-se evitar criá-lo com peixes mais rápidos em vista que são peixes bem lentos em seus movimentos. O exemplar da foto acima é encontrado em boa parte da Ásia e existe outro mais comum espalhado pela Europa (Syngnathus Abaster), principalmente na costa portuguesa possuindo características idênticas a seu primo asiático com exceção que prefere água com pH mais puxado para o neutro e chegam a 15cm em média.


Informações adicionais de densidade:

1.000 à 1.005 - Água doce / levemente salobro
1.006 à 1012 - Moderadamente salobro
1.012 à 1017 - Salobro
1.018 acima - Marinho 


Conclusões finais:

Se deseja um tanque diferente e com características únicas, bem vindo!
Há uma infinidade de peixes e estilos de tanques para se montar (use sua imaginação), mas tenha sempre em mente que a grande maioria dos peixes salobros são coletados, raramente se reproduzindo em cativeiro (há exceções como os Poecilídeos e alguns Ciclídeos). Portanto sua responsabilidade em adquirir estes peixes deverá ser dobrada, bem como o estudo e a manutenção perante seu tanque e peixes.

Não os adquira pensando apenas se tratar meros peixes "exóticos" e "diferentes", possuem vida e esta deverá ser respeitada e principalmente tratada da melhor forma possível, respeitando suas exigências e novamente repito: estude e muito antes de montar ou povoar seu tanque para evitar desilusões desnecessárias. Manter um tanque brackish, depois de estabilizado, é relativamente bem mais fácil que um tanque dulcícola. Boa sorte!

Fim