Direitos de Autor
As FAQs existem graças à contribuição dos participantes na
Net e, como tal, pertencem aos leitores dos newsgroups de aquariofilia. Os
artigos com menção estão sujeitos aos direitos dos respectivos autores. Cópias
das FAQs podem ser feitas livremente desde que distribuídas gratuitamente e
incluídos os autores e a reserva de direitos.
Plantas Aquáticas.
Contributo de Erik Olson
Tradução de Fernando Fonseca
Nesta FAQ você encontra informação sobre tudo o que diga
respeito à plantação e manutenção de plantas naturais no aquário de água doce
(chamada também jardinagem aquática). Incluiremos informação detalhada sobre
iluminação, algas e caracóis, o que pode ser útil para todos os
aquariofilistas.
Plantas
Aquáticas - Perguntas e RespostasRespostas as perguntas mais comuns, distribuídas em tópicos:
Perguntas Gerais
“O que é absolutamente necessário para ter e manter plantas?”
O sucesso no crescimento das plantas resulta de um
equilíbrio entre os seguintes fatores: luz, nutrientes, oligoelementos e
dióxido de carbono. A luz deve ser fornecida num espectro que as plantas
absorvam, com grande intensidade para manter as plantas vivas (fotossíntese) e
com uma duração de 10-14 h/dia. Os nutrientes são fornecidos pelos dejetos dos
peixes. Alguns dos oligoelementos podem já estar incluídos na água que se deita
no aquário, mas deve-se usar um dos produtos de mistura existentes no mercado.
O CO2 é parcialmente obtido do ar e dos peixes, mas pode ser
reforçado injetando-o a partir de uma fonte exterior (por exemplo, uma garrafa
desse gás comprimido). Se as plantas tiverem falta de um destes fatores, o seu
crescimento será limitado. (Não entre em pânico por causa disso, muitos de nós
nem precisamos de um crescimento abundante de plantas). Por outro lado, o valor
acrescido de um dos fatores sobre os outros, pode causar problemas como uma
deficiente alimentação das plantas, crescimento indesejável de algas e até do
nível tóxico da água. Cada um desses fatores será discutido em pormenor nas
secções seguintes.
“O meu amigo tem plantas bonitas e abundantes e não usar fertilizantes ou CO2. São realmente necessários?”
A resposta imediata é não. É perfeitamente possível fazer
crescer plantas só com o equipamento básico do aquário, deixando à sorte ou
aprendendo com os erros. Isso implica ligeiras alterações do equipamento e das
práticas usuais de aquariofilia. Conhecimentos tecnológicos mais desenvolvidos
de controlo de cada um dos quatro fatores podem, no entanto, evitar o trabalho
das tentativas e os riscos inerentes. Devemos também considerar que o termo
bonito é subjetivo também aqui. Muitos aficionados obtêm grande sucesso com
plantas “fáceis” sem equipamento especial e o efeito é bonito. Mas não se podem
fazer comparações entre as práticas de amador com as de um conhecedor capaz de
criar uma grande variedade de plantas.
“Como posso desinfetar as minhas plantas?”
As novas plantas
podem ser portadoras de caracóis, de algas e de doenças. Uma desinfecção prévia
ajuda a reduzir a sua propagação ao aquário e/ou pode ser usada para remover
algas de plantas já existentes. Há que ter em atenção o perigo de se destruir a
própria planta. Existem alguns métodos populares:
A imersão
numa solução de permanganato de potássio durante 10 min.; recomenda-se a
utilização deste desinfetante já diluído em produtos de marca conceituada. O
permanganato é particularmente ativo na eliminação de bactérias incluindo as
patogênicas.
Uma
imersão de 2 dias numa solução de 1 colher de chá de Alúmen para 4 lit. de
água; é particularmente indicada para matar os caracóis e os seus ovos.
Se as
plantas forem mantidas num aquário sem peixes durante 3 semanas, parasitas como
o íctio e o veludo morrem por falta de hospedeiros.
A imersão
numa solução de lixívia a 1/19: 2 minutos para plantas de haste, 3 minutos para
plantas mais robustas. Depois dessa imersão é necessário todo o cuidado para
remover quaisquer vestígios de cloro por lavagens sucessivas e o uso de um
desclorificante. Este método pode matar as plantas, portanto só deve ser usado
como último recurso.
(Ver na secção ALGAS
da FAQ-DOENÇAS mais soluções para prevenção de algas e na secção CARACÓIS das
mesmas FAQ outros métodos de combate aos caracóis).
“Devo deixar as novas plantas no vaso?”
Muitas das plantas aquáticas são vendidas em pequenos
vasos com lã de rocha. Plantas com raízes delicadas como as Cryptocorynes
e Anubias devem ser mantidas nos vasos, especialmente se pretendemos
mudá-las de posição dentro do aquário. Desse modo evita-se o choque devido à
transplantação; se assim não for as plantas levam tempo a adaptar-se ao novo
substrato. Também se podem colocar os vasos sob o areão e outros
aquariofilistas cortam o vaso e deixam a planta com a lã do vaso enterrada no
areão.
Peixes
“Que espécies de plantas posso ter com o
peixe ‘x’?”
“Que espécies de peixes posso ter com a planta ‘x’?”
Essencialmente a questão é
a mesma, embora com a segunda pergunta você mostre preocupar-se mais com as
plantas. É preciso saber ligar os hábitos do peixe com a planta. Os grandes
ciclídeos que gostam de escavar, não devem ser colocados em aquários com
plantas de raiz, mas sim com plantas flutuantes. Os peixes vegetarianos não
devem ser colocados com plantas que eles comam, a menos que o crescimento das
plantas seja mais rápido do que a destruição que eles provocam! Pode acontecer
também que alguns peixes comedores de algas sejam também comedores de
plantas. De um modo geral, deve-se estudar os hábitos dos peixes e as
características das plantas antes da compra ser feita. Devemos também estar
preparados para aprender com a experiência dada por várias tentativas.
Alguns peixes podem ser mantidos com todas virtualmente todas as plantas: Pequenos
tetras, danios, rasboras, gouramis, discus, bettas, escalares, peixes arco-íris,
Corydoras, Vivíparos, killifish, Ciclídeos Anões, e de um modo geral a maioria
dos peixes pequenos. Luz
“Que luz vou precisar?”
A regra geral é 0.5 a 1 Watt de luz fluorescente por litro
de água para um aquário de altura normal (menos de 60 cm). Na realidade a
solução não é assim tão fácil, porque depende de fatores como a quantidade de
algas e de partículas na água e nas paredes de vidro, tipo de refletor e da sua
distância à superfície da água. Para começar utilize esta regra, mas fique
preparado para adicionar mais luz depois.
Para plantas que requerem de luz média a intensa, muitos aficionados
descobrem que precisam pelo menos de dois tubos fluorescentes a todo o
comprimento dos aquários. Podem-se encontrar mais pormenores na secção da LUZ. “Posso ter plantas com uma simples lâmpada?”
Sim, embora fique limitado às plantas de luz fraca que
terão um crescimento muito lento. Por exemplo, Feto de Java, Anubias, Cryptocorynes,
Ceraropteris e Musgo de Java. Algumas destas plantas, nomeadamente as
Cryptocorynes, na verdade até preferem pouca luz. Devemos também mencionar que
há quem tenha a sorte de manter com pouca luz, plantas que requerem mais luz,
mas as probabilidades são que o seu crescimento seja muito lento e pouco
viçoso.
“Que tipo de lâmpada devo usar?”
Primeiro e acima de tudo, não usar lâmpadas incandescentes,
porque dissipam demasiado calor e não dão luz suficiente. Os tubos
fluorescentes de espectro completo são os ideais porque duplicam o espectro
solar. Estes tubos (Vitalite, Spectralite) são os melhores, mas pode-se
considerar como alternativa válida e menos dispendiosa, os tubos fluorescentes
(Chroma-50, Design-50); mais baratos ainda, os tubos para plantas são também
bons e podem realçar as cores dos peixes. Lâmpadas como a Triton ou Tri-lux são
um pouco mais potentes, mas também mais dispendiosas que as lâmpadas de
espectro completo. As lâmpadas de topo de gama com refletores internos
(BioLume) são demasiado caras e desnecessárias. Existem outros tubos, mas
devem-se evitar os tubos de luz branca e “aquarilux”, embora muitos aficionados
os usem combinados com tubos para plantas.
“O que é o T-8?”
A designação T-8 refere-se usualmente aos tubos
fluorescentes de alto rendimento que se instalam nos edifícios de modernos
escritórios, em oposição aos T-12 que são os tubos fluorescentes normais. A sua
utilização tem-se divulgado entre os cultivadores de plantas aquáticas, porque
são econômicos, de longa duração e baixo consumo. Distinguem-se dos T-12 em
três pontos: 1- o diâmetro (que é o significado literal da designação T-8 = 8/8
pol.(20,3/20,3 cm) em oposição ao T-12 = 12/8 pol. (30,8/20,3 cm); 2- a
potência (123,2 cm - 32 W, 92,4 cm - 25 W; 61,6 cm - 17 W; 3- as suas
referências (FO-32, FF32-SPX, etc., conforme o fabricante). Os T-8 usam também
um tipo de balastro diferente, portanto não se podem trocar pelos vulgares
T-12.
NT- As dimensões e tipos de tubos fluorescentes acima indicadas referem-se a
marcas e medidas usuais nos EUA. No mercado europeu os tubos têm outras
dimensões normalizadas. “As lâmpadas de iodetos metálicos (MH - Metal Halide) são melhores do que as fluorescentes?”
As lâmpadas de iodetos metálicos (MH) são vulgarmente
utilizadas na iluminação de campos de futebol, mas, no nosso hobby, há quem as
use por aquariofilistas de recife ou por fanáticos entusiastas por plantas,
requerendo grande intensidade de luz. Os refletores de ideotos metálicos são
muito mais dispendiosas do que os fluorescentes. As lâmpadas duram mais e
fornecem iluminação mais eficiente e brilhante (tipicamente 175-200 watts por
lâmpada), mas também geram um correspondente nível mais alto de calor. Alguns
aquariofilistas apreciam o efeito de foco e sombras produzido pelas lâmpadas
MH.
“Posso utilizar as lâmpadas de halogênio de uso doméstico?”
É preciso não confundir as lâmpadas MH acima referidas com
as lâmpadas de halogênio vulgares, de filamento de tungstênio em gás a baixa
pressão, como o argon, que compramos em qualquer supermercado para iluminar a
sala; as lâmpadas de halogênio são basicamente lâmpadas de incandescência que
geram enorme quantidade de calor com baixo fluxo luminoso
“Como posso montar outro tubo no meu aquário?”
Se o refletor comportar mais um tubo, existem kits para
montar um segundo tubo. Caso contrário será necessário também um segundo
refletor, ou a troca do existente por um com dois tubos. Outra solução será a
compra de um suporte vulgar e montá-lo num refletor de construção caseira.
Também é possível comprar “kits” só com os encaixes terminais do tubo e
abraçadeiras de fixação, balastro e arrancador em lojas de aquariofilia.
“Durante quantas horas por dia devo ter a luz acesa?”
Tal como na natureza, as plantas precisam de um ciclo de
luz e escuridão em cada dia. Se tomarmos por base a duração de 12 h do dia e da
noite no equador (muitas das plantas tropicais têm esse ciclo) podemos adotar
uma iluminação de 10-14 h por dia. O sistema ideal é comprar um temporizador
que automaticamente liga e desliga a luz nas horas predeterminadas, uma vez que
as plantas (e peixes) preferem um ciclo regular. Se as plantas precisarem de
mais luz não se deve prolongar o tempo de iluminação, mas sim montar mais um
tubo para aumentar a intensidade luminosa.
Falando de temporizadores, existem tubos fluorescentes que não arrancam
automaticamente, i.e., é preciso premir um botão durante alguns segundos. Estes
tipos podem ser convertidos para sistema de arrancador automático, comprando os
acessórios necessários em qualquer casa especializada. “De quanto em quanto tempo é preciso mudar o tubo fluorescente?”
A maioria dos tubos fluorescentes perdem grande parte da sua
intensidade ao fim de 6 meses (+/- 2000 h), portanto devem ser substituídos
entre 6-12 meses (os T8 têm maior duração). Se isso for muito dispendioso para
si e o seu aquário não necessita de grande intensidade luminosa, espere até que
os tubos se esgotem totalmente, o que pode rondar os 2 anos (8/10.000 h). O
melhor sistema é estabelecer um calendário de substituição do/s tubo/s para
evitar grandes oscilações de intensidade luminosa.
“O aumento de luz não vai encher o meu aquário de algas?”
Se for a primeira vez que monta um segundo tubo sobre o
aquário, deve estar preparado para isso acontecer. Tanto as plantas como as
algas são ávidas de luz e, portanto estabelece-se uma competição entre ambas.
Para ajudarmos as plantas a vencerem, devemos ter uma baixa população de
peixes, ter comedores de algas e proceder a frequentes mudanças de água (ver a
secção ALGAS das FAQ-DOENÇAS).
Dióxido de carbono (CO2)
“A injeção de CO2 é mesmo necessária?”
A injeção de dióxido de carbono não é necessária para
manter plantas. Contudo, a maior parte daqueles que a têm utilizado,
afirmam que, depois de uma boa iluminação, o CO2 é o mais importante
fator para ter um excelente crescimento de plantas. De fato, com o aumento da
intensidade luminosa, as plantas requerem mais nutrientes, incluindo o carbono
que vão buscar ao dióxido de carbono. Em conjunção com os a capacidade tampão
(ver QUÍMICA DA ÁGUA na FAQ de Iniciação à Água Doce), a injeção de CO2
irá tamponar a água para um pH neutro ou baixo. Um valor mais baixo de pH ajuda
as plantas a assimilarem certos nutrientes, além de, afirmam alguns, evitar o
desenvolvimento de algas.
“O CO2 é caro?”
O custo de um equipamento de injeção de dióxido de carbono
é muito variável, desde os sistemas automáticos aos manuais, mas de um modo
geral dispendioso, a menos que se recorra ao super barato sistema da garrafa
com fermento de padeiro e açúcar, que adiante se descreve.
“Quanto CO2 se deve usar?”
O nível ótimo de CO2 num aquário é de 15-20
ppm. Há informações de que níveis superiores a 25 ppm podem envenenar os
peixes, mas a experiência geral não prova isso. A quantidade encontrada na água
resultante das concentrações atmosféricas varia com a altitude e a temperatura,
mas é menos que 1 ppm.
“Como é que trabalha o sistema de gás comprimido?”
Uma garrafa de CO2 comprimido fornece esse gás
à pressão de 55-80 bar. Este valor de saída da garrafa é reduzido a 0,3-1,4 bar
por meio de um regulador de pressão e finalmente reduzido a algumas bolhas por
segundo, utilizando uma válvula de agulha. Por este processo de lento
borbulhar, o gás deve dissolver-se na água do aquário por intermédio de um de
três processos: um reator de gás (onde a água se mistura com o gás numa câmara semelhante
à de um filtro seco-úmido), por meio de um boião invertido (que permite a
difusão lenta do gás na água), ou injetando o gás num filtro motorizado,
interior ou exterior (cuja turbina pulveriza o gás em bolhas muito pequenas,
muitas das quais se dissolvem na água). O reator é o processo mais eficiente,
enquanto o dos filtros é o mais fácil de pôr em prática.
É essencial saber controlar o débito de gás injetado, porque um excesso de
CO2 pode matar os seus peixes. Existem dispendiosos sistemas
automáticos, que utilizam um sensor eletrônico de pH para regular a quantidade
de dióxido de carbono a injetar e que cortam a injeção quando o pH tem uma
descida demasiada. Os sistemas manuais exigem que se comece com uma injeção
muito pequena e depois se vá aumentando durante vários dias com uma cuidadosa e
regular medição do pH e borbulhar do CO2 até se encontrar o
equilíbrio correto e a posição devida da válvula. A construção e detalhes de operação estão descritos na secção CO2.
“Como trabalha o método do fermento?”
A fermentação de açúcares numa garrafa gera CO2
(tal como no fabrico de cerveja) e então podemos injetá-lo no aquário por um
dos processos descritos. Os componentes para a construção desse gerador de gás
são baratíssimos comparados com os da garrafa de gás comprimido. O pior
inconveniente é o de a produção ser irregular e requer a mudança dos reagentes
(de uma a duas semanas), mas é suficiente para ajudar as plantas a crescer.
Inicialmente o processo era considerado inútil pelos livros da especialidade,
mas nos últimos anos tem tido uma crescente utilização como meio de utilizar o
CO2 sem “entrar na carteira”.
Aqui está uma construção bem simples: pegue numa garrafa de plástico de 2
litros (de água mineral ou refrigerante) vazia, desenrosque a rolha e faça-lhe
um furo que permita a passagem de um tubo de ar dos usados em aquário e vede a
passagem na rolha com um vedante de silicone por exemplo. Encha a garrafa até
meio com água, junte-lhe meia colher de chá de fermento de padeiro e de meia a
uma chávena de chá de açúcar. O borbulhar do gás dura cerca de 2 semanas, após
as quais é necessário substituir a mistura. Se a garrafa ficar a nível inferior
ao da água recomenda-se a aplicação de uma válvula de segurança para evitar o
efeito de sifão. “Posso simplesmente deitar água com gás no aquário?”
Não! As plantas precisam de uma injeção lenta de CO2.
Se você deita água gaseificada no aquário, haverá uma alteração de pH e o gás
dissipa-se no ar em poucas horas.
“A injeção de CO2 reduz o teor de oxigênio?”
Não. Os níveis de oxigênio e de dióxido de carbono
dissolvidos são independentes um do outro; podem existir elevados níveis de
ambos em
simultâneo. Acontece até que se você tiver um aquário com
plantas saudáveis, elas só por si saturam a água com oxigênio. O problema é o
de que muitas das técnicas usadas para oxigenar a água (pedras difusoras,
filtros seco-úmidos, movimentação da superfície da água) provocam uma perda de
CO2 para o ar, ou seja, se você desligar a pedra difusora para
evitar a perda de gás, pode também reduzir a oxigenação. A melhor solução é a
de manter a agitação da água, mas fazer uma injeção de CO2 com maior
débito do que o perdido, mantendo-se assim um equilíbrio entre os dois gases.
Nutrientes e fertilizantes
“A alimentação dos peixes é suficiente para fertilizar as plantas?”
A maioria dos alimentos para peixes contém os
macronutrientes, azoto, fosfato e potássio (N-P-K), para manter as plantas
saudáveis. Contudo, os oligoelementos como o ferro, não são fornecidos sob
forma que as plantas possam assimilar. Alguns desses elementos já podem vir na
água canalizada, razão também para que se efetuem frequentes mudanças parciais
de água. Mas isso não é suficiente para algumas plantas e então temos de
recorrer à adição de um fertilizante.
“Posso usar fertilizante normal para plantas?”
O fertilizante normal para terra contém elevadas
percentagens de N-P-K, os quais já estão incluídos nos alimentos dos peixes.
Adicionar maior quantidade causará um crescimento exagerado de algas, além de
possível stress aos peixes. É possível que você encontre um fertilizante contendo
só os oligoelementos em casas de plantas, ou ser você mesmo a prepará-lo. As
misturas da Dupla e Dennerle são caras, mas têm provado dar bons resultados.
Tenha cuidado com outros fabricantes que fornecem N-P-K (verifique sempre se a
etiqueta menciona os ingredientes). Comprimidos, granulados de fertilizantes
têm sido utilizados com êxito enterrados no substrato e usados com moderação.
“Como sei se necessito usar fertilizante?”
A falta de fertilizante nota-se nas plantas pelas folhas
transparentes ou amareladas por vezes com buracos, além de uma redução no seu
crescimento. As folhas velhas morrem mais depressa e as novas são pequenas e
fracas. Outro sintoma é o das plantas crescerem muito bem durante um mês depois
de compradas e depois deixarem de se desenvolver por falta de oligoelementos.
Também se deve adicionar fertilizante se os níveis de luz e de CO2
forem elevados, mas as plantas não crescerem.
“Como é que sei qual é o nutriente que está a limitar o crescimento das plantas?”
Esta é uma pergunta de difícil resposta sem que você
próprio faça tentativas. Se notar que a mudança de água causa algum
crescimento, então a água que usa fornece alguns oligoelementos que depois se
esgotam e nesse caso é aconselhável juntar um fertilizante ou mudar a água mais
vezes. Se as suas plantas mostrarem um pequeno crescimento depois de alimentar
os peixes, o problema também está resolvido. Mas tenha sempre o cuidado de não
aumentar em demasia o suplemento de oligoelementos, senão tem o problema do
excesso de algas.
A partir de quantidade os nutrientes são demasiados?
Se quiser manter zilhões de test kits então poderá medir
alguns níveis de oligoelementos (a Dupla recomenda um nível de ferro de 0.1ppm)
Testes de amônia e de nitratos irão indicar-lhe quando estiver a dar comida a
mais. Alternativamente pode observar o seu aquário. Demasiado fertilizante e
comida dos peixes podem resultar um crescimento de algas excessivo.
“Receitas caseiras: como fazer?”
Muitas receitas caseiras têm aparecido na mailing list Aquatic
Plants, portanto você pode obter informação aí. Algumas atualizações são
mantidas em WWW no site THE KRIB. As futuras atualizações desta FAQ poderão
incluir fontes de recolha e receitas, quando estiverem comprovadas.
O Substrato
“O que devo usar como substrato?”
Areão ou areia é um bom começo! A questão é a sua
granulometria: grãos muito pequenos não oferecem um suporte seguro para as
plantas e a areia tende a compactar; por outro lado, grãos muito grandes, dão
origem a bolsas de detritos em decomposição. A maioria dos aficionados recomenda
uma granulometria de 2-3 mm (areão), enquanto outros preferem uma areia de 1-2
mm (mais difícil de encontrar). Os caracóis trombeta (ver a secção de ALGAS das
FAQ-DOENÇAS) escavam o substrato mantendo-o arejado. Sobre o vidro do fundo do
aquário deve colocar-se uma camada (1/3 da altura de areão) de fertilizante,
sendo os mais populares a turfa (que acidifica a água), Laterita (uma argila
que contém ferro, usada normalmente com sistemas de aquecimento do substrato) e
solo. Um aviso: se você tiver um filtro de placa de fundo, ele pode aspirar o
fertilizante e lançá-lo à água em vez de mantê-lo sob o areão. A Dupla, por
exemplo, fabrica umas bolas de laterita que podem ser usadas com filtros de
fundo, mas que são dispendiosas.
“Que altura deve ter o substrato?”
De um modo geral deve combinar-se a altura do substrato
com os tipos de plantas, ou seja, das suas raízes. Por exemplo, as grandes
echinodorus (amazonenses) precisam de 10 cm de areão, mas plantas pequenas de
fundo como a Lilaeopsis só precisam de 2,5 cm. Uma boa solução é colocar o
areão em declive de trás para frente do aquário. Assim as plantas de maior
altura plantam-se junto ao vidro posterior, as de médio porte a meio e as de
pequena altura junto ao vidro anterior do aquário. Outra solução é a de fazer
uma camada de areão com a altura média de 7 cm.
“Posso ter plantas com um filtro de fundo?”
Claro que sim! Só é necessário ter suficiente altura de
areão para as plantas enraizarem. A circulação de água através da placa deve
ser lenta. De qualquer modo é provável que algumas raízes se introduzam na
placa, dando origem a mais trabalho de manutenção. Muitos aquariofilistas acham
que não se devem ter plantas com filtro de fundo e isso se tornou quase uma
crença religiosa na Usenet. Contudo, não significa que seja impossível... Como
nas crenças religiosas, cada um é livre de seguir a que quiser.
Aquecimento
“A que temperatura devo manter um aquário com plantas?”
Isso varia de planta
para planta, mas grande parte delas vive bem entre 22- 27C. Para aquários de
Discus que requerem uma temperatura mais elevada, veja num livro de plantas
quais as espécies mais recomendadas.
“Tenho que ter um aquecimento no substrato?”
Os benefícios do
aquecimento do substrato ainda não estão comprovados, mas crê-se que dá uma
estabilidade mais prolongada ao aquário. Se você é um principiante, será melhor
familiarizar-se primeiro com a luz, fertilizantes, etc. No entanto se gosta de
aventuras e pode gastar dinheiro, então talvez tenha orgulho em instalar um
sistema de aquecimento do substrato por cabos. No entanto há quem defenda que
um filtro de fundo com uma passagem lenta produz os mesmos efeitos.
Problemas e sucesso a longo prazo
Esta lista não é de
modo nenhum exaustiva! Se tiver experiências que julgue de interesse para este
tópico, pode enviá-las.
“As folhas tornam-se amarelas e caiem”
“As folhas criam buracos e caiem”
No primeiro caso o
mais provável é a falta de oligoelementos e no segundo pode também ser que os
peixes e caracóis as comam.
“As plantas crescem durante um tempo e depois morrem ou continuam a crescer, mas muito lentamente”
Este é o problema mais
vulgar entre os principiantes e pode ter diferentes causas:
As plantas
podem armazenar muitos nutrientes para utilização posterior. Quando vêm dos
viveiros, elas trazem uma reserva máxima. Mas passado um mês ou mais, se você
não lhe fornecer um suplemento, elas esgotam as reservas e acabam por morrer.
A maioria das plantas
envasadas são criadas por sistema hidropônico em estufas ou viveiros com luz de
Sol filtrada e com elevado nível de nutrientes, mas depois têm que se adaptar
às condições dos aquários. Primeiro perdem as folhas que cresciam fora de água
e criam novas folhas com diferente feitio e consistência. Em segundo lugar, aclimatando-se
a menos luz e menos nutrientes, a sua velocidade de crescimento diminui.
Enquanto as plantas envasadas se transportam com facilidade, isso já não se passa com as não envasadas. Estas podem ter passado por várias mãos, desde o cultivador até a loja que as vende e por isso podem não estar nas melhores condições quando se compram. Grande parte delas foi criada fora de água, muitas vezes também sob luz solar filtrada e vão ter que se aclimatar às condições do aquário.
Enquanto as plantas envasadas se transportam com facilidade, isso já não se passa com as não envasadas. Estas podem ter passado por várias mãos, desde o cultivador até a loja que as vende e por isso podem não estar nas melhores condições quando se compram. Grande parte delas foi criada fora de água, muitas vezes também sob luz solar filtrada e vão ter que se aclimatar às condições do aquário.
A planta
pode não ser uma verdadeira planta aquática. Muitos comerciantes vendem plantas
palustres como sendo aquáticas (veja a nossa LISTA NEGRA). Estas plantas
podem aguentar um mês ou mais, mas normalmente morrem.
Algumas plantas hibernam. Os bolbos do
Aponogeton perdem todas as suas folhas. Nessa altura os bolbos devem ser
retirados do aquário e postos em um recipiente de água fria durante alguns
meses. Podem então voltar a ser plantadas nascendo novas folhas.
As Cryptocorynes podem largar as suas folhas
por alteração das características químicas da água. Não é caso para desesperar,
pois o mais provável é nascerem novas folhas.
“A minha... cresce, mas as outras morrem”
Algumas plantas são mais resistentes do que outras e
crescem com pouca luz, CO2, ou piores condições de água. Acontece
também que algumas plantas são concorrentes de outras, absorvendo mais
nutrientes. Nestes casos as plantas devem ser separadas para outro aquário.
“A minha... está coberta de algas”
Leia a secção de ALGAS das FAQ-DOENÇAS, para ver
pormenores sobre as várias espécies de algas e como combatê-las. Mas,
resumidamente, deve haver um peixe comedor de algas no aquário para manter
certo equilíbrio, ou reduzir nutrientes introduzindo plantas flutuantes de
crescimento rápido que consomem nutrientes mais depressa do que as algas, ou
remover as folhas mortas com mais frequência para reduzir os nutrientes,
reduzir a alimentação, aumentar a frequência das mudanças de água, reduzir o
número de horas de luz por dia, usar fertilizante nas raízes (sob o areão) e
não em forma líquida que fortalece mais as folhas. Também há algicidas, mas
esses produtos podem matar também as plantas se não forem usados com o máximo
cuidado.