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incluídos os autores e a reserva de direitos.
Contributo de Thomas
Narten
Tradução de Paulo Pires
Adicionar e Alimentar
os Peixes
Quais são úteis?
Contribuição de vários
autores
Então já tem o seu aquário preparado e o filtro a
funcionar, já conhece o ciclo do azoto e um pouco de química da água. Tem todos
os kits de teste preparados e prontos para monitorar o seu primeiro mês. Armado
deste conhecimento dirige-se à sua loja de peixes local para comprar o seu
primeiro peixe (ou dois). Nesta secção, lidará com algumas das questões mais
comuns sobre manter os seus peixes. (Uff! Já não esperava que falássemos de
peixes, pois não?).
Selecionar
“bons” peixes
Há tantas coisas a dizer acerca de bons peixes para
principiantes, que o assunto é tratado numa FAQ separada (estranhamente chamada
a FAQ dos bons peixes para principiantes); contem muitas sugestões para peixes em particular. Aqui
vão os avisos gerais do autor:
Se definirmos um bom peixe para principiantes como um que é fácil de
alimentar e tratar, resistente, capaz de viver numa grande variedade de
condições de água, e atrativo, então há um grande numero de peixes largamente
disponíveis que satisfazem estas condições. Muitos deles são normalmente
vendidos como peixes para principiantes. Mas cuidado! Muitos dos peixes
vendidos como peixes para principiantes na realidade não são indicados para
esse papel. Muitos dos pequenos peixes de cardume são primeiros peixes ideais. Estes incluem Néon chinês, as várias espécies de Zebras normalmente disponíveis, Rasboras, e muitas das espécies disponíveis de Barbos. Para aqueles com um aquário ligeiramente maior, o peixe arco-íris é um grande peixe de iniciação. Os corydoras são ainda mais populares como peixes de iniciação.
Enquanto muitos principiantes são tentados a comprar apenas um ou dois de cada um dos peixes de cardume, deve-se resistir a isto. Os peixes de cardume dão-se melhor se houver vários da mesma espécie presentes para interagirem. Um mínimo de seis de cada um dos peixes de cardume de meia-água é recomendado, enquanto quatro é o mínimo para os Corys. A longo prazo, um cardume de uma dúzia de peixes a mostrar o seu comportamento natural será mais agradável do que um grupo misturado de peixes tristemente forçados a partilhar o mesmo aquário. (“Mãe, porque é que está um peixe escondido atrás do aquecimento e outro sempre à espera ali ao canto?”).
Quantos
peixes inserir?
A resposta mais fácil é “um - de cada vez”. No que se
refere a quantos no total podem seguramente sobreviver, uma regra normalmente
usada é “até um máximo de 2,5cm de peixe por cada 4l.” Muita discussão acerca
desta regra sugeriu que na realidade deve-se ler “até um máximo de 2.5 cm de PEIXES
PEQUENOS por cada 4l.”
“Peixes pequenos” podem ser peixes tipo Tetra Neons, Neon chinês, Zebras,
etc.; “peixes médios” podem ser peixes tipo Barbos tigre, Platys, Corydoras,
etc.; “peixes grandes” serão Peixes Vermelhos, Oscares, etc. Em outras palavras isto é apenas uma regra, e a população “máxima” que é segura varia de aquário para aquário. Fatores que aumentam a sua carga possível de peixes são:
·
Mudanças regulares e significativas de água,
·
Plantas saudáveis e vivas,
·
Mais do que um tipo de filtragem bem mantido
(lembre-se de pensar no seu filtro como estando vivo; precisa de cuidados tal
como os peixes).
Por outro lado, fatores que diminuem a sua possível carga
incluem:
·
Mudanças aleatórias e pouco frequentes de água,
·
Nenhuma planta ou plantas pouco saudáveis, e
·
Filtragem limitada ou mal mantida (um filtro de
fundo pode fazer um belo trabalho, mas se falha por alguma razão e era a única
filtragem, um aquário carregado de peixes terá consequências desastrosas muito
maiores do que um com poucos peixes).
Voltando à adição de peixes, muitas vezes não é prático
inserir peixes um a um - por exemplo, encontra uns néons fabulosos e quer
adicionar um pequeno cardume (6 ou 7 peixes) ao seu recentemente acondicionado
aquário de 80 litros. Tem atualmente um Preço de 5 cm e três Platys de 4 cm.
Adicionar os Néons irá essencialmente duplicar o volume de peixes no
aquário. Neste caso verá os mesmos efeitos do que ao acondicionar o aquário,
i.e., um pico de amônia e de nitritos antes de crescerem bactérias suficientes
para a nova população de peixes. Teste a sua água frequentemente e esteja
preparado para uma mudança parcial de água de emergência de os níveis de amônia
subirem muito.
O filtro biológico para o seu aquário é “alimentado” apenas pelos detritos
dos peixes que tem no aquário. Isto significa que qualquer que seja o tamanho
do seu filtro (e.g., um indicado para aquários de 200l no seu aquário de 80l),
a população de bactérias será limitada pela “comida” que houver. Poucos peixes
= pequena população de bactérias. Estamos acostumados a pensar na reprodução de bactérias como “explosiva”. Muitas bactérias podem duplicar a sua população em horas, mas tal como vimos na secção Fazer o Ciclo, as bactérias nitrificantes são relativamente lentas a reproduzir-se. Haverá um intervalo de tempo entre o aumento dos desperdícios provocados pelos peixes, e a maior capacidade de processamento pelas bactérias. Em casos extremos, o aumento de amônia pode danificar ou matar os seus peixes antes da população de bactérias terem tempo para “acompanhar” o montante de desperdícios de azoto disponíveis.
É por isso que é sensato adicionar peixes lenta e gradualmente. Levar a população do seu aquário ao máximo com segurança pode demorar 6 meses; de fato, deve ser permitido demorar pelo menos esse tempo. Deixe a infração das regras para aqueles com mais anos de experiência do que peixes.
Adaptar
os peixes ao aquário
Assim que chegar a casa deve colocar o saco dentro do
aquário, permitindo a equalização da temperatura. Após cerca de meia hora,
junte ¼ chávena de água do aquário ao saco. Repita este processo de 15 em 15
minutos durante uma hora, retirando água se o saco ficar muito cheio. Qualquer
água que retire do saco deve ser deitada fora. Provavelmente conterão parasitas
e outras coisas más.
Assim que tiver os peixes acondicionados à química da água do seu aquário,
há um par de coisas que pode fazer. Pode pôr o peixe diretamente no aquário
principal e esperar que corra tudo bem, ou pode pôr o peixe num aquário de
quarentena. Em qualquer dos casos, nenhuma água deve ser transferida para o
aquário. O melhor cenário é colocar o peixe de quarentena. Mantenha o peixe em quarentena durante 2 semanas e procure sinais de doenças. Se o peixe adoecer, pode medicar o aquário de quarentena sem prejudicar a química do aquário principal. Se for fazer quarentena ao peixe, deve aclimatizar o peixe à química da água do aquário de quarentena não à do aquário principal.
Embora um aquário de quarentena seja uma boa idéia, o mais provável é que não tenha tais luxos (pelo menos por enquanto). Neste caso, tenha cuidados redobrados em selecionar peixes saudáveis na loja, e monitorize cuidadosamente os novos habitantes nas primeiras 2 semanas no seu aquário em busca de sinais de stress e doença. Arrisca-se sempre a infectar os outros peixes do seu aquário se não fizer quarentena.
Alimentar os peixes
Os peixes comuns vendidos em lojas de aquários,
especialmente os recomendados para principiantes, podem subsistir com comida
processada (flocos, comprimidos, etc.) Alguns podem até sentirem-se ótimos com
isso, embora para os peixes, tal como para outros animais, alguma variedade na
dieta seja normalmente desejável.
A comida dos peixes é algo delicada. Expô-la ao sol, deixá-la sem tampa de
modo a absorver umidade, ou comprar uma embalagem muito grande que demore 8
meses a gastar-se pode sabotar o valor nutricional da comida. Em geral, há
cinco classes de comida de peixes:
·
Comidas processadas várias (processadas a partir
de matérias de base transformadas em flocos, pastilhas, etc.; muitas vezes divididas
em categorias para peixes onívoros, vegetarianos e carnívoros),
·
Comidas secas liofilizadas (bichos inteiros tais
como minhoca de sangue, dafnias, etc.),
·
Comidas congeladas (mais bichos inteiros),
·
Comidas vivas (bichos vivos), e
·
Outras comidas frescas (comida feita em casa
para peixes carnívoros à base de coração de vaca, abóbora para o seu Pleco,
etc.).
Para muitos aquariofilistas, a comida em flocos é como o
arroz. Serve para muitas refeições, mas um pouco de outras coisas de vez em
quando é importante. Quase todos os novos aquariofilistas ouvirão a regra “dê
de comer apenas o que os seus peixes comerem em 3 minutos” ou algo do gênero.
Isto é aterrador para o principiante; afinal os peixes estão obviamente
esfomeados! E se passam fome! Isto é tão pouco! Como é que pode chegar?
Veja o lado sério. A razão porque muitas pessoas têm peixes é, esperamos,
para observá-los. Se não de perto e pessoalmente, pelo menos de uma maneira
geral. A altura exata para fazer alguma observação é quando dá de comer. Cada
vez que os alimenta, coloque-se em frente do aquário para observá-los. Ponha
menos do que acha ser suficiente. Veja os peixes consumirem-no. Observe o que
cai para o fundo. Se não tem nenhuns peixes que se alimentem principalmente no
fundo (Plecos, Corydoras, botias, etc.), demore tempo a perceber se algum dos
outros peixes vai para o fundo; Os Gouramis vão muitas vezes, mas os Peixes
arco-íris normalmente não, por exemplo. Se tiver peixes que se alimentam no
fundo, veja a velocidade com que comem. Assim pôs uma pequena pitada, e ao fim de 2 minutos (você contou!) praticamente não se vê comida. Exceto um pouco no fundo que os Corys estão a comer. Pois, provavelmente pode dar-lhes um pouco mais. Mas verifique de modo a certificar-se que comem tudo o que deu da segunda vez. É melhor dar um pouco várias vezes ao dia, principalmente com peixes que não se alimentam do fundo, do que tudo de uma só vez. mas a maioria dos adultos fica bem com uma dose de 5 minutos uma vez por dia. Num aquário já estabelecido, alguns aquariofilistas preferem dar ainda menos; assim os peixes comerão mais algas e outras matérias que aparecem naturalmente num aquário.
Outra coisa a ter em mente: os peixes PODEM engordar especialmente se alimentados com muitas comidas ricas tais como minhoca de sangue. Muitos dos peixes que comprará para colocar no seu aquário serão jovens: a forma como se desenvolverão em peixes adultos será determinada pelo cuidado que tiver com eles. Tal como os nitratos altos podem perigar o crescimento dos peixes, reduzir a sua vida, e impedi- los de procriar com sucesso, peixes superalimentados podem acabar com corpos deformados e outros problemas. Além disso, fazem mais necessidades o que tem ramificações óbvias. Alimentar uma grande variedade de comidas assegura que os seus peixes terão não só as comidas ricas, mas também a fibra (camarões e outros crustáceos) e vegetais (comidas de algas, vegetais).
Uma palavra sobre comidas vivas: algumas comidas vivas comercialmente disponíveis são consideradas arriscadas por muitos aquariofilistas, pois transportam parasitas - em particular, o tubifex. Terá de decidir por si próprio o que acha deste risco. Certifique-se que alimenta com comida que está de fato viva! Enxágue as criaturas muito bem e, especialmente se não estão capacitadas para sobreviver na água do seu aquário, tenha também o mesmo cuidado com o excesso de comida viva que tem com as outras comidas. A comida viva é descrita com mais detalhe (incluindo instruções de cultura) na FAQ Comida viva.