Autor: Edson
Rechi
Afinal, o que é Brackish?
Brackish é a palavra usada
especialmente para descrever onde a água do oceano se encontra com a água de
rios (vice-versa), misturando água salgada com água doce, deixando a
característica da água nem doce e nem salgada (salobra), variando a salinidade
através de alguns fatores como:
- A força do fluxo da água doce do rio reduzindo a quantidade de sais da água marinha;
- Durante a maré alta, o sal sobe rio acima muito mais que em marés baixas, flutuando a salinidade da água por duas vezes ao dia.
- O sobe e desce constante do nível da água em torno das áreas como o delta e o escape da água onde se encontra a água doce e salgada formando pequenos “lagos”.
Estas áreas de encontro são chamadas de estuários, mangues, e pântanos "salgados". A salinidade da água geralmente varia muito de acordo com a maré e quantidade de água doce, além da taxa de evaporação. Nestes locais habitam diversos peixes como Arqueiros, Scats, Monos, Gobbies, entre outros. Alguns amplamente comercializados em lojas sendo possível mantê-los em nossos tanques respeitando suas exigências.
Esta matéria tentará passar de forma simples e objetiva como criar e manter um ambiente saudável para tais espécies, respeitando suas exigências e suas características inigualáveis de adaptação. Se você está cansado de aquário plantado, comunitário, de africanos dos grandes lagos, reef, etc... Vale a pena o investimento neste tipo de montagem, permitindo que ela seja diferente das demais e apesar de muitos mitos que acerca sobre tanques brackish, são relativamente fáceis de se manter, desde que se estude e mantenha os parâmetros que os peixes exigem. Diferentemente de peixes de água doce e marinho, o que mais impressiona nas espécies destas regiões é sua adaptação ao meio e em algumas espécies, o exotismo destacado.
- A força do fluxo da água doce do rio reduzindo a quantidade de sais da água marinha;
- Durante a maré alta, o sal sobe rio acima muito mais que em marés baixas, flutuando a salinidade da água por duas vezes ao dia.
- O sobe e desce constante do nível da água em torno das áreas como o delta e o escape da água onde se encontra a água doce e salgada formando pequenos “lagos”.
Estas áreas de encontro são chamadas de estuários, mangues, e pântanos "salgados". A salinidade da água geralmente varia muito de acordo com a maré e quantidade de água doce, além da taxa de evaporação. Nestes locais habitam diversos peixes como Arqueiros, Scats, Monos, Gobbies, entre outros. Alguns amplamente comercializados em lojas sendo possível mantê-los em nossos tanques respeitando suas exigências.
Esta matéria tentará passar de forma simples e objetiva como criar e manter um ambiente saudável para tais espécies, respeitando suas exigências e suas características inigualáveis de adaptação. Se você está cansado de aquário plantado, comunitário, de africanos dos grandes lagos, reef, etc... Vale a pena o investimento neste tipo de montagem, permitindo que ela seja diferente das demais e apesar de muitos mitos que acerca sobre tanques brackish, são relativamente fáceis de se manter, desde que se estude e mantenha os parâmetros que os peixes exigem. Diferentemente de peixes de água doce e marinho, o que mais impressiona nas espécies destas regiões é sua adaptação ao meio e em algumas espécies, o exotismo destacado.
Introdução
As pessoas acabam partindo para a montagem de um tanque brackish por estarem à procura de algo um pouco diferente dos já comuns aquários plantados, CAs e marinhos.
Muitas vezes há desencontros nas informações fornecidas por amigos ou lojistas na montagem de um tanque brackish e principalmente qual espécie adequada a se criar, onde freqüentemente vemos peixes como Puffers, Scats, Gobbies e Monos (citando os mais comuns encontrados nas lojas) submetidos à bateria de água doce ou marinha e o aquarista, muitas vezes, acaba comprando estas espécies sem saber de fato que são de origem de água salobra.
Em ajustes naturais de água salobra, as condições da água podem variar freqüentemente e neste detalhe alguns peixes podem viver determinada época em um tipo de água e migrar para outra. Como exemplo temos alguns peixes que circulam em água doce apenas para desova e voltam para a água salobra ou mesmo para o mar, ou vice versa, ou mesmo vivem sua fase juvenil em água doce e migram para água salobra. Um bom exemplo são as Molinésias que são vendidas como peixe de água doce, mas podem ser aclimatadas as circunstâncias salobras ou mesmo marinha (este último diminui sua expectativa de vida drasticamente).
Já deve ter ouvido por aí: Ah! Tenho Monos e Scats em água doce há um bom tempo e nunca tiveram problema!
Sim, caro amigo! Note que um Cachorro "vira-lata" pode viver por anos perambulando pelas ruas e um cachorro doméstico e bem tratado também pode viver anos e anos! Mas note com o tempo a diferença no porte, comportamento e no pêlo dos bichos. E qual tem sua expectativa de vida maior?
O mesmo vale para peixes água salobra, compare um peixe aclimatado em um tanque salobro e outro que vive em água doce! Haverá gritantes diferenças de cores e tamanho, além da expectativa de vida!
Estuário, mangue e rio:
Estuário:
As pessoas acabam partindo para a montagem de um tanque brackish por estarem à procura de algo um pouco diferente dos já comuns aquários plantados, CAs e marinhos.
Muitas vezes há desencontros nas informações fornecidas por amigos ou lojistas na montagem de um tanque brackish e principalmente qual espécie adequada a se criar, onde freqüentemente vemos peixes como Puffers, Scats, Gobbies e Monos (citando os mais comuns encontrados nas lojas) submetidos à bateria de água doce ou marinha e o aquarista, muitas vezes, acaba comprando estas espécies sem saber de fato que são de origem de água salobra.
Em ajustes naturais de água salobra, as condições da água podem variar freqüentemente e neste detalhe alguns peixes podem viver determinada época em um tipo de água e migrar para outra. Como exemplo temos alguns peixes que circulam em água doce apenas para desova e voltam para a água salobra ou mesmo para o mar, ou vice versa, ou mesmo vivem sua fase juvenil em água doce e migram para água salobra. Um bom exemplo são as Molinésias que são vendidas como peixe de água doce, mas podem ser aclimatadas as circunstâncias salobras ou mesmo marinha (este último diminui sua expectativa de vida drasticamente).
Já deve ter ouvido por aí: Ah! Tenho Monos e Scats em água doce há um bom tempo e nunca tiveram problema!
Sim, caro amigo! Note que um Cachorro "vira-lata" pode viver por anos perambulando pelas ruas e um cachorro doméstico e bem tratado também pode viver anos e anos! Mas note com o tempo a diferença no porte, comportamento e no pêlo dos bichos. E qual tem sua expectativa de vida maior?
O mesmo vale para peixes água salobra, compare um peixe aclimatado em um tanque salobro e outro que vive em água doce! Haverá gritantes diferenças de cores e tamanho, além da expectativa de vida!
Estuário, mangue e rio:
Estuário:
Estuário dell´Adige, a margem do delta
Padano - Itália
Foto: http://www.bacino-adige.it
Foto: http://www.bacino-adige.it
Estuário
Foto: Dr. R.V. Fodor
Um estuário é a parte de determinado rio que drena sua água de encontro com a água do mar, sofrendo forte influência das marés e acaba possuindo características de água salobra. Devido aos nutrientes que a água doce carrega, um estuário possui geralmente uma elevada produtividade biológica, mas sofre fortes efeitos da poluição podendo transformar-se em um verdadeiro deserto biológico dependendo da região.
As águas dos estuários são lentas e seu ecossistema muito produtivo, com uma grande gama de alimentos disponíveis, mas em contrapartida a diversidade de espécies é relativamente baixa, comparado a rios ou mar. Em geral, Gobbies e alguns peixes-gato são característicos de estuários, variando seu habitat em águas mais doce, rio acima ou mais abaixo, quase diretamente no mar. Alguns peixes de água doce podem ser encontrados nestes locais como os Ropefishes e alguns poucos ciclídeos, tendendo mais para a parte alta dos rios. Já alguns peixes marinhos, principalmente os mais jovens, habitam a parte mais salgada do estuário como os Flatfishes. Em geral a salinidade de estuários é médio-alta.
O estuário é uma das
primeiras idéias que vem a cabeça por grande parte dos aquaristas. Estuários
possuem fluxo lento e para este tipo de montagem é recomendado um tanque com
boa capacidade (acima de 200l).
Habitantes: Monos* (Monodactylus Argenteus, Monodactylus Sebae), Scats* (Scatophagus Argus) e Peixe Gato Colombiano (Arius Seemani).
Plantas: Muito provavelmente as plantas serão devoradas, sendo a mais indicada o Musgo de Java. Se a salinidade da água for maior que 1.015, boa parte das plantas começa a morrer, sendo substituídas por algas marinhas como a comum Caulerpa.
Temperatura: 24ºC a 28ºC
pH: 7.6 a 8.5
Decoração: Rochas
Sal: As espécies listadas neste setup podem migrar do estuário para o oceano quando mais velhas, tendo que imitar em alguns anos a diferença de salinidade da água salobra para água marinha ou mesmo deixar após os peixes estiver em fase adulta a salinidade mais alta (acima de 1.015). Uma dica seguida por muitos aquaristas é comprar os peixes jovens e começar o tanque com 2 colheres (de sopa) de sal marinho para cada 1 galão de água e a cada seis meses ir adicionando uma colher de sal por galão de água durante trocas parciais.
* Monos e Scats em fase juvenil vivem em água salobra, após alguns anos migram para o mar.
Mangues (ou mangal):
Habitantes: Monos* (Monodactylus Argenteus, Monodactylus Sebae), Scats* (Scatophagus Argus) e Peixe Gato Colombiano (Arius Seemani).
Plantas: Muito provavelmente as plantas serão devoradas, sendo a mais indicada o Musgo de Java. Se a salinidade da água for maior que 1.015, boa parte das plantas começa a morrer, sendo substituídas por algas marinhas como a comum Caulerpa.
Temperatura: 24ºC a 28ºC
pH: 7.6 a 8.5
Decoração: Rochas
Sal: As espécies listadas neste setup podem migrar do estuário para o oceano quando mais velhas, tendo que imitar em alguns anos a diferença de salinidade da água salobra para água marinha ou mesmo deixar após os peixes estiver em fase adulta a salinidade mais alta (acima de 1.015). Uma dica seguida por muitos aquaristas é comprar os peixes jovens e começar o tanque com 2 colheres (de sopa) de sal marinho para cada 1 galão de água e a cada seis meses ir adicionando uma colher de sal por galão de água durante trocas parciais.
* Monos e Scats em fase juvenil vivem em água salobra, após alguns anos migram para o mar.
Mangues (ou mangal):
Exemplo de mangue típico
Foto: Patrícia Falchi Grassi
Floresta do mangue
Foto: http://www.todaddams.net
Outro ambiente costeiro, de transição entre ambientes terrestre e marinho, encontrado apenas em regiões tropicais e subtropicais. Apesar de muitas vezes quando vamos à praia, nos deparamos com mangues ao longo da viagem, este acaba passando uma visão "pobre" e muitas vezes "negativa" para os menos informados. Saiba que o manguezal é um ecossistema complexo e muito produtivo. Ele está sujeito ao regime das marés, cercado de vegetais típicos (muitas vezes difíceis ou impossíveis de se criar em cativeiro) ao qual associado a outros componentes vegetais e animais, tornando-se um ambiente inigualável. Muitos animais migram para estas áreas por pelo menos uma fase do ciclo de sua vida e outros permanecem sua vida inteira nestes locais.
O manguezal suporta uma enorme variedade de animais tanto terrestres, como aquáticos. Macacos, serpentes e muitos pássaros são facilmente encontrados devido à infinidade de peixes, caracóis e pequenos crustáceos encontrados. Dependendo da região, encontramos peixes exóticos e até mesmo no lamaçal dos mangues como os exóticos Mudskippers. Em geral a salinidade dos mangues é baixa. Tanto estuários e mangues podem ser encontrados facilmente no litoral paulista, rios brasileiros, Guaíba (RS) e Ilha de Marajó no Brasil e entre os internacionais mais famosos na África, Delta do Nilo, rios Indo Malaios e Australianos.
Foto: http://www.todaddams.net
Outro ambiente costeiro, de transição entre ambientes terrestre e marinho, encontrado apenas em regiões tropicais e subtropicais. Apesar de muitas vezes quando vamos à praia, nos deparamos com mangues ao longo da viagem, este acaba passando uma visão "pobre" e muitas vezes "negativa" para os menos informados. Saiba que o manguezal é um ecossistema complexo e muito produtivo. Ele está sujeito ao regime das marés, cercado de vegetais típicos (muitas vezes difíceis ou impossíveis de se criar em cativeiro) ao qual associado a outros componentes vegetais e animais, tornando-se um ambiente inigualável. Muitos animais migram para estas áreas por pelo menos uma fase do ciclo de sua vida e outros permanecem sua vida inteira nestes locais.
O manguezal suporta uma enorme variedade de animais tanto terrestres, como aquáticos. Macacos, serpentes e muitos pássaros são facilmente encontrados devido à infinidade de peixes, caracóis e pequenos crustáceos encontrados. Dependendo da região, encontramos peixes exóticos e até mesmo no lamaçal dos mangues como os exóticos Mudskippers. Em geral a salinidade dos mangues é baixa. Tanto estuários e mangues podem ser encontrados facilmente no litoral paulista, rios brasileiros, Guaíba (RS) e Ilha de Marajó no Brasil e entre os internacionais mais famosos na África, Delta do Nilo, rios Indo Malaios e Australianos.
A água do mangue possui fluxo
lento coberto por plantas e raízes flutuando rente a superfície. Muitos
projetos possuem uma parte seca e outra parte com água. Por este motivo
recomenda-se adquirir um tanque no mínimo de 200l ou maior a modo que haja
bastante espaço para os peixes nadarem. Outros tipos de montagens consistem em
um tanque coberto com plantas de superfície e raízes submersas (pedras poderão
ser usadas para tocas).
Habitantes: Arqueiros (Toxotes Jaculatrix), Mudskipper (Periophthalmus Spp.), Caranguejos (Uca crassipes), Anableps Spp. .
Temperatura: 24ºC à 28ºC
pH: 7.6 a 8.6
Decoração: Raízes, muitas raízes não pode faltar neste tipo de montagem. Use também plantas flutuando para cobrir boa parte da superfície.
Salinidade: Densidade entre 1.010-1015 será adequada variando a espécie.
Habitantes: Arqueiros (Toxotes Jaculatrix), Mudskipper (Periophthalmus Spp.), Caranguejos (Uca crassipes), Anableps Spp. .
Temperatura: 24ºC à 28ºC
pH: 7.6 a 8.6
Decoração: Raízes, muitas raízes não pode faltar neste tipo de montagem. Use também plantas flutuando para cobrir boa parte da superfície.
Salinidade: Densidade entre 1.010-1015 será adequada variando a espécie.
Rio Brackish:
Rio Brackish
Foto: http://www.badmanstropicalfish.com
O encontro rio acima misturado a água do mar, pode-se formar rios de água salobra. Estas regiões possuem fluxo rápido que poderá ser simulado por uma potente bomba de circulação direcionada a algum lado. O tamanho do tanque para este tipo de montagem poderá variar de acordo com os peixes que pretende criar, para pequenos peixes como a Abelhinha, Molinésias e Peixes-vidro, pode-se adquirir um tanque de 50l ou mais, para peixes maiores e carnívoros, recomenda-se acima de 200l. Detalhe: Nunca, mas nunca mesmo, misture peixes menores como Abelhinhas (entre outros) com peixes carnívoros, mesmo estes últimos sendo de pequeno porte.
Foto: http://www.badmanstropicalfish.com
O encontro rio acima misturado a água do mar, pode-se formar rios de água salobra. Estas regiões possuem fluxo rápido que poderá ser simulado por uma potente bomba de circulação direcionada a algum lado. O tamanho do tanque para este tipo de montagem poderá variar de acordo com os peixes que pretende criar, para pequenos peixes como a Abelhinha, Molinésias e Peixes-vidro, pode-se adquirir um tanque de 50l ou mais, para peixes maiores e carnívoros, recomenda-se acima de 200l. Detalhe: Nunca, mas nunca mesmo, misture peixes menores como Abelhinhas (entre outros) com peixes carnívoros, mesmo estes últimos sendo de pequeno porte.
Habitantes: Abelhinha (Brachygobius Xanthozona), Molinésias, Peixe Vidro (Chanda Ranga), Gobby Knight (Stigmatogobius Sadanundio), Puffer Spoted (Tetraodon Nigrifilis), Puffer fígura 8 (Tetraodon Biocellatus), Mexerica.
Plantas: Valisnérias, Feto de java.
Temperatura: 25ºC à 28ºC
pH: 7.6 a 8.5
Decoração: Plantas mais altas no fundo e mais curtas ao lado. Adicionar uma ou mais toca de rochas caso venha criar Gobbies. Anubias e Feto de Java devem estar espalhados pelas pedras.
Salinidade: Boa parte dos peixes que vivem em rios salobros aceitam densidade entre 1.005 - 1.010 (1 ou 2 colheres de sal para cada 3,8l de água). Puffers manchados preferem condições mais elevadas com densidade entre 1.010-1.020.
A água do brackish
O sal do mar contém principalmente cloreto de sódio e outros elementos como bicarbonato, metais e em menor escala fosfatos, sulfatos e nitratos, portanto se pensa em montar um tanque brackish, evite ao máximo usar sal de cozinha, não é adequado. Procure usar sais vendidos para tanques marinhos e escolha uma boa marca.
A salinidade da água nada mais é que a medição da quantidade de sal dissolvido na água e muitos aquaristas preferem descrevê-lo como densidade. A água pura (doce) possui uma densidade 1.000, ou seja, um litro de água pesa 1 Kilo, já a água salgada é mais densa devido aos sais dissolvidos nela, podendo chegar a uma densidade ao redor de 1.025.
Dependendo dos peixes que serão mantidos, a densidade da água poderá variar bastante. Em geral peixes de água doce que toleram sais na água preferem uma densidade menor que 1.005 (ex. Rainbowfishes e alguns poucos africanos), assim como a grande maioria das plantas de água doce. Já os peixes que vivem boa parte na água do mar, preferem uma densidade por volta de 1.010 ou mais, mas podem tolerar periodicamente densidades variando de 1.000 a 1.025. Uma dica é que a água do mar possui em média 35g de sais dissolvidos para cada 1L.
Outra importante dica é nunca, mas nunca mesmo adicionar sal diretamente no tanque devido a nem todos os sais se dissolverem na mesma taxa, podendo causar sérios danos a seus peixes (adaptação). Evitar metais (ex. equipamentos) em contato com a água é outra dica registrada, já que correrá o sério risco de corrosões.
A temperatura ideal para estes peixes varia muito podendo ser entre 22ºC a 30ºC. Devido à presença de carbonato de cálcio e bicarbonatos dos sais, estes elevarão seu pH deixando alcalino e dureza média a alta, sendo ideal para boa parte dos peixes com exceção de alguns como os Monos que apesar de gostarem de água alcalina e dura, não suportam salinidade muito alta.
Montando seu tanque Brackish
Primeiramente deverá definir qual espécie deseja criar e se basear fielmente nas exigências da espécie escolhida para finalmente montar seu tanque. Devemos ao adicionar a água no tanque já definir a densidade (baixa/média 1000 á 1010 e 1018 á 1020 ou pouco mais já é água marinha).
Se possuir salinidade baixa, use filtros externos e canisters, já se a densidade for mais elevada, manter algum celenterado, Skimmer e Joubert. A iluminação deverá ser a mais "forte" possível, já que boa parte destes peixes não vivem na escuridão ou regiões escuras.
Se optar por usar troncos como decoração, ferva-os com bicarbonato de sódio algumas vezes para reduzir seu poder acidificante, que não é nada interessante nesta montagem. Deverá ainda possuir boas bombas de circulação, principalmente se optar pelo uso de plantas, já que em densidade médio-alta poderá formar uma grossa camada de limo rapidamente sobre elas.
Primeiramente deverá definir qual espécie deseja criar e se basear fielmente nas exigências da espécie escolhida para finalmente montar seu tanque. Devemos ao adicionar a água no tanque já definir a densidade (baixa/média 1000 á 1010 e 1018 á 1020 ou pouco mais já é água marinha).
Se possuir salinidade baixa, use filtros externos e canisters, já se a densidade for mais elevada, manter algum celenterado, Skimmer e Joubert. A iluminação deverá ser a mais "forte" possível, já que boa parte destes peixes não vivem na escuridão ou regiões escuras.
Se optar por usar troncos como decoração, ferva-os com bicarbonato de sódio algumas vezes para reduzir seu poder acidificante, que não é nada interessante nesta montagem. Deverá ainda possuir boas bombas de circulação, principalmente se optar pelo uso de plantas, já que em densidade médio-alta poderá formar uma grossa camada de limo rapidamente sobre elas.
Exemplo de tanque Brackish
Foto: Jeffrey Senske
Foto: Jeffrey Senske
Substrato:
Não há uma regra específica para qual tipo de substrato usar em tanques brackish. Muitos aquaristas usam cascalho neutro, dolomita, substratos de conchas moídas e areia de rio/praia, sendo que este último leva séria desvantagem caso venha a usar um filtro undergravel ou mesmo filtro interno. Relativo à camada a ser usada poderá variar caso venha usar plantas, mas em geral de 3cm a 5cm estará ideal.
Plantas:
Podemos usar um número limitado de plantas neste tipo de montagem. Plantas largamente usadas em tanques temáticos ou plantados normalmente não se adaptam as condições de água usada na montagem de um brackish, com algumas exceções. Se pensar em usar plantas na montagem, monte primeiramente um tanque com baixa salinidade (< 1.005) com muitas plantas e vá subindo a salinidade lentamente, até que elas se adaptem. Algumas sugestões: Valisnerias spp., Sagittaria spp. são as mais indicadas devido a sua rusticidade. Algumas Anúbias e Musgos também são bem vindos como outras plantas mais pesadas como Hygrophila spp., Nomaphila spp., Microssorium, Samoulus, e Rabos de Raposa. Algas marinha, caso haja uma salinidade maior, como as algas pink serão bem vindas.
Não há uma regra específica para qual tipo de substrato usar em tanques brackish. Muitos aquaristas usam cascalho neutro, dolomita, substratos de conchas moídas e areia de rio/praia, sendo que este último leva séria desvantagem caso venha a usar um filtro undergravel ou mesmo filtro interno. Relativo à camada a ser usada poderá variar caso venha usar plantas, mas em geral de 3cm a 5cm estará ideal.
Plantas:
Podemos usar um número limitado de plantas neste tipo de montagem. Plantas largamente usadas em tanques temáticos ou plantados normalmente não se adaptam as condições de água usada na montagem de um brackish, com algumas exceções. Se pensar em usar plantas na montagem, monte primeiramente um tanque com baixa salinidade (< 1.005) com muitas plantas e vá subindo a salinidade lentamente, até que elas se adaptem. Algumas sugestões: Valisnerias spp., Sagittaria spp. são as mais indicadas devido a sua rusticidade. Algumas Anúbias e Musgos também são bem vindos como outras plantas mais pesadas como Hygrophila spp., Nomaphila spp., Microssorium, Samoulus, e Rabos de Raposa. Algas marinha, caso haja uma salinidade maior, como as algas pink serão bem vindas.
Algumas sugestões:
- Elódea: Planta pouco exigente que agüenta bem condições adversas;
- Anubias spp. : Algumas espécies africanas costumam tolerar sais na água e até mesmo ataque de peixes;
- Bacopa spp. : Principalmente Bacopa monniera freqüentemente são encontradas em água salobra;
- Espécies de Cabombas: Dá um efeito bonito no tanque, porém são bem apreciadas pelos peixes;
- Cryptociryne spp: Em especial a Cryptocoryne ciliata se dá bem em água salobra;
- Echinodorus spp. : Especialmente a Echinodorus Tenellus, muitos a considera a mais resistente;
- Hygrophila Polysperma: Apesar de apreciada por muitos peixes de água salobra, esta planta é bem resistente e pode suportar água com baixa densidade;
- Microsorium pteropus: Uma das melhores plantas a se manter em tanque brackish. É uma das únicas plantas para aquários que é naturalmente de água salobra;
- Nymphoides sp. : A bananinha d’água também poderá ser usada em baixa densidade;
- Sagitaria spp. : Possui folhas resistentes e se adapta relativamente bem em água salobra;
- Vallisneria spp. : Em particular a Vallisnéria "gigante" como a americana;
- Vesicularia Dubyana: Também conhecido como Musgo de java, pode tolerar até mesmo água mais dura.
Manutenção:
Tanque Brackish (mangue)
Foto: http://www.wetwebmedia.com
A manutenção de um tanque Brackish não é muito diferente de outros tipos de tanques. Com a aquisição inicial de bons equipamentos e instalação correta com inspeções e manutenções periódicas, aliado a boa alimentação (sem excessos), sempre terá um tanque com boa saúde. Abaixo algumas dicas que podem ser seguidas:
- Reserve alguns minutos de seu dia para observar seu tanque, aproveitando para apreciar sua beleza. Alimentando diariamente com pequenas quantidades freqüentes e observando se teus peixes estão "avançando" sobre a comida, peixes salobros costumam ser bem "fominhas". Caso algum apresente problema para se alimentar, observe por alguns dias e reveja os parâmetros da água e se persistir, tente diagnosticar o porquê não está comendo (agressões, doença).
- Nesta observação diária, veja o nível da água, se todos os filtros/bombas estão funcionando corretamente.
- Cheque semanalmente ou quinzenalmente os parâmetros da água como pH (deverá sempre estar acima de 7.6), temperatura, amônia etc.
- Troque de 10% a 20% de água quinzenalmente (semanalmente desejável) se possível com sifonagem no fundo, já que peixes salobros (principalmente os maiores) costumam sujar bem a água.
- Ao efetuar trocas parciais e adicionar sais na água, nunca dilua o sal diretamente no tanque. Dilua na água de reposição e tenha certeza que a grau de salinidade esteja próximo ou igual ao do tanque para não haver choque. Apesar de peixes de água salobra tolerarem diferenças de salinidade, esta deverá ser feita gradativamente.
- Se usa um filtro undergravel (aqueles filtros abaixo do cascalho, nunca o use com areia!), certifique-se sempre se não está sendo criadas zonas anaeróbicas pelo tanque, pois os gases liberados no decorrer do tempo por estes pontos, podem ser mortais a seu tanque. Adéque seu undergravel a modo para que não existam estas regiões "mortas".
- A alimentação deverá ser fornecida por pelo menos 2 vezes diariamente e de ótima qualidade. Muitos peixes de água salobra (Ex. Mollies, Monos, Scats, Gobbies) necessitam de alimento vegetal em sua dieta e Puffers (independente do tamanho) sempre deverão possuir pequenos caracóis em seu cardápio para "gastar" seu osso localizado na região da boca (funcionam como ótimos triturados de alimentos).
- Boa parte dos peixes de água salobra é carnívora e alguns podem não se adaptar a rações de imediato exigindo alguma técnica e principalmente paciência de seu criador para alimentá-los, em alguns casos o peixe sempre recusará rações.
- A grande maioria dos peixes salobros são coletados, raramente se reproduzindo em cativeiro (há exceções como os Poecilídeos e alguns Ciclídeos).
- Sempre deverá deixar a água morna (entre 25ºC à 28ºC), nunca abaixo disso! Procure usar sempre um ótimo termostato.
Uma vez seguidos alguns itens (entre outros mais comuns) listados acima e seu tanque estiver perfeitamente ajustado, terá pouco trabalho com a manutenção.
Opções de filtros:
Para que o tanque seja mantido com saúde em dia, deverá ter filtragem bem dimensionada e eficiente. Peixes como Puffers (entre outros) exigem água de excelente qualidade e devido a sua dieta pesada (deve-se fornecer de tudo um pouco, legumes, caracóis, artêmias, rações) muitas vezes a filtragem pode não ser eficiente, portanto novamente insisto que ela deverá ser muito bem dimensionada e perfeita!
Você já deve estar careca de saber que a filtragem em aquários consiste em: mecânica, biológica e química. Para não estender muito neste tema, abaixo uma pequena relação de bons filtros a serem usados com algumas observações.
Undergravel: Filtro ideal para ser usado como complemento de outro filtro principal, portanto nunca deverá ser usado como filtro primário.
Sua maior qualidade está em evitar que se criem zonas "mortas" abaixo do cascalho, atrás de pedras ou outros enfeites, com o acúmulo de matéria orgânica nestes pontos, pode-se em longo prazo liberar gases nada agradáveis para a saúde de seu tanque.
Canister: Opções ideais para tanques de água salobra. Além de possuir excelente filtragem biológica, mecânica e química, devido ao bom espaço em seu compartimento, poderá ser usado como bomba de circulação dependendo da vazão do filtro, basta direcionar a saída para o ponto desejado. Em minha opinião o Fluval e Eheim estão acima de outras marcas, mas no geral se puder adquirir este tipo de filtro independente de marca (pesquise), estará bem munido.
Filtros externos: Outra boa opção principalmente para filtragem mecânica e química. Existem inúmeras marcas no mercado sendo praticamente todas equivalentes com um ou outro detalhe diferente variando de marca para marca. Eu particularmente prefiro marcas como Hagen (Aquaclear) e Tetra (Whisper).
Sump: Excelente opção de filtro, embora a montagem requeira experiência por parte do aquarista. Este tipo de filtro se baseia em um aquário reservatório onde a água é coletada do tanque principal passando por diversos elementos filtrantes alocados dentro do reservatório e retornando ao tanque por uma bomba. É uma ótima opção, sobretudo para aquários acima de 300l e recomenda-se que o tanque reservatório possua no mínimo 20% da capacidade do tanque principal, portanto, se possuir um tanque de 300l, use ao menos um reservatório de no mínimo 60l.
Filtros internos: Existe uma vasta opção de filtros internos, desde o velho e bom modular de canto (FBM) como os que ficam grudados nos vidros. Sua filtragem consiste em uma bomba que estará acoplada a um módulo, onde ficarão os elementos filtrantes separados por gavetas, a bomba puxa a água que passará pelas gavetas, retornando ao tanque. Assim como nos canisters, poderão servir como bomba de circulação. A meu ver o maior empecilho no uso se restringe a parte estética (além de ocupar bastante espaço internamente) e satura rapidamente dependendo dos peixes que possui. No mercado ainda há uma boa opção de filtro exclusivo para terrários que poderá ser usado em montagens temáticas como mangue, o método de filtragem consiste basicamente como um filtro interno filtrando a água e retornando para o tanque, com efeito, cascata, já que a bomba poderá ficar para fora da água (ideal para mangue que poderá possuir uma parte do tanque seca). Outra vantagem seria o fluxo da bomba, podendo funcionar como bomba de circulação.
Skimmer: Se a salinidade da água for maior que 1.015 é recomendado o uso de um Skimmer para maior eficiência na filtragem. Este também deverá ser usado em conjunto com outro filtro primário.
Para que o tanque seja mantido com saúde em dia, deverá ter filtragem bem dimensionada e eficiente. Peixes como Puffers (entre outros) exigem água de excelente qualidade e devido a sua dieta pesada (deve-se fornecer de tudo um pouco, legumes, caracóis, artêmias, rações) muitas vezes a filtragem pode não ser eficiente, portanto novamente insisto que ela deverá ser muito bem dimensionada e perfeita!
Você já deve estar careca de saber que a filtragem em aquários consiste em: mecânica, biológica e química. Para não estender muito neste tema, abaixo uma pequena relação de bons filtros a serem usados com algumas observações.
Undergravel: Filtro ideal para ser usado como complemento de outro filtro principal, portanto nunca deverá ser usado como filtro primário.
Sua maior qualidade está em evitar que se criem zonas "mortas" abaixo do cascalho, atrás de pedras ou outros enfeites, com o acúmulo de matéria orgânica nestes pontos, pode-se em longo prazo liberar gases nada agradáveis para a saúde de seu tanque.
Canister: Opções ideais para tanques de água salobra. Além de possuir excelente filtragem biológica, mecânica e química, devido ao bom espaço em seu compartimento, poderá ser usado como bomba de circulação dependendo da vazão do filtro, basta direcionar a saída para o ponto desejado. Em minha opinião o Fluval e Eheim estão acima de outras marcas, mas no geral se puder adquirir este tipo de filtro independente de marca (pesquise), estará bem munido.
Filtros externos: Outra boa opção principalmente para filtragem mecânica e química. Existem inúmeras marcas no mercado sendo praticamente todas equivalentes com um ou outro detalhe diferente variando de marca para marca. Eu particularmente prefiro marcas como Hagen (Aquaclear) e Tetra (Whisper).
Sump: Excelente opção de filtro, embora a montagem requeira experiência por parte do aquarista. Este tipo de filtro se baseia em um aquário reservatório onde a água é coletada do tanque principal passando por diversos elementos filtrantes alocados dentro do reservatório e retornando ao tanque por uma bomba. É uma ótima opção, sobretudo para aquários acima de 300l e recomenda-se que o tanque reservatório possua no mínimo 20% da capacidade do tanque principal, portanto, se possuir um tanque de 300l, use ao menos um reservatório de no mínimo 60l.
Filtros internos: Existe uma vasta opção de filtros internos, desde o velho e bom modular de canto (FBM) como os que ficam grudados nos vidros. Sua filtragem consiste em uma bomba que estará acoplada a um módulo, onde ficarão os elementos filtrantes separados por gavetas, a bomba puxa a água que passará pelas gavetas, retornando ao tanque. Assim como nos canisters, poderão servir como bomba de circulação. A meu ver o maior empecilho no uso se restringe a parte estética (além de ocupar bastante espaço internamente) e satura rapidamente dependendo dos peixes que possui. No mercado ainda há uma boa opção de filtro exclusivo para terrários que poderá ser usado em montagens temáticas como mangue, o método de filtragem consiste basicamente como um filtro interno filtrando a água e retornando para o tanque, com efeito, cascata, já que a bomba poderá ficar para fora da água (ideal para mangue que poderá possuir uma parte do tanque seca). Outra vantagem seria o fluxo da bomba, podendo funcionar como bomba de circulação.
Skimmer: Se a salinidade da água for maior que 1.015 é recomendado o uso de um Skimmer para maior eficiência na filtragem. Este também deverá ser usado em conjunto com outro filtro primário.